terça-feira, 12 de maio de 2009

LITERATURA: Estado divulga resultado do Prêmio Minas

Uma estudante, belo-horizontina, de 24 anos de idade. Este é o breve perfil da vencedora da 2ª edição do Prêmio Governo de Minas de Literatura, na categoria Jovem Escritor Mineiro. Com o projeto para o romance Insetos, Maria Zilda Santos Freitas teve seu trabalho selecionado dentre as 52 propostas apresentadas para esta modalidade. Outro romance é o vencedor na categoria Ficção: a obra Lugar - do mineiro que reside em São Paulo – Reni Adriano Batista, que concorreu com outros 169 trabalhos. Na categoria Poesia, recorde no número de inscrições com 674 trabalhos apresentados, o cearense Eduardo Jorge de Oliveira é o premiado com a obra A língua do homem sem braço. A comissão julgadora indicou, para a categoria Conjunto da Obra, um autor de trabalhos que caíram no gosto popular, o gaúcho Luis Fernando Veríssimo. “O Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura é mais do que um estímulo para a literatura brasileira. É uma oportunidade para valorizar o que é nosso, o talento de aspirantes e também de experientes escritores. Ficamos muito satisfeitos com a realização desta segunda edição, que recebeu mais de 890 inscrições de diferentes estados brasileiros, o que comprova sua solidez como um importante prêmio da literatura em nosso país”, diz o secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Paulo Brant. Os valores da premiação para cada categoria são as seguintes: I – Conjunto da Obra: R$ 120 mil; II Poesia: R$ 25 mil; III – Ficção: R$ 25 mil e IV– Jovem Escritor Mineiro: R$ 7 mil, durante seis meses, somando o valor de R$ 42 mil, para pesquisa e elaboração do livro. Os premiados e seus trabalhos De acordo com os jurados da categoria Poesia - Jair Tadeu da Fonseca, Carlito Azevedo e Vera Lúcia de Carvalho Casa Nova – a obra A língua do homem sem braço foi escolhida pela qualidade da linguagem e densidade poética. O autor, Eduardo Jorge de Oliveira, nasceu em 1978, em Fortaleza, Ceará. Formado em publicidade, ele mora em Belo Horizonte, há aproximadamente um ano, onde é mestrando em Literatura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A língua do homem sem braço tem como temática a questão do corpo dentro do poema e como ele se reflete na escrita. Eduardo - que já publicou dois livros de poesias: San Pedro (2004), editoração própria; e Espaçaria (2000), da Lume Editor – escreve para o caderno Pensar, do jornal Estado de Minas e já teve poemas publicados no Suplemento Literário. A obra Lugar, de Reni Adriano Batista, foi escolhida pela originalidade da linguagem e pela unidade narrativa, segundo os jurados da categoria Ficção, Lucia Castello Branco, Cristovão Tezza e Marcelino Freire. Reni nasceu em Santa Luzia, em 1981, e é graduando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Mora em Diadema/SP, onde é articulista e membro dos conselhos gestor e editorial da revista Laboratório de Poéticas – Antenas & Raízes (Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura). Segundo o autor, Lugar é um romance sucinto, mas denso. Repleto de referências ao imaginário mítico-popular brasileiro, as personagens se debatem com a impossibilidade discursiva sobre o outro e sobre si mesmas, enredadas numa trama de extrema perversidade, mas entremeada de delicadezas. Na categoria Conjunto da Obra, o júri escolheu Luis Fernando Veríssimo por sua consistente contribuição para o romance brasileiro. A comissão julgadora desta modalidade foi composta por Manuel da Costa Pinto, Jacyntho Lins Brandão e Humberto Werneck. Jornalista, Luis Fernando é filho do grande escritor Érico Veríssimo. São de sua autoria, dentre outros, O Popular, A Grande Mulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em "Procurando o Silva", Ed Mort em "Disneyworld Blues", Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Íntimas, O Santinho, Zoeira, Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, A Mão do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé, publicados pela L&PM Editores, A Mesa Voadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios. Além disso, tem textos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e O Globo. Jovem escritor mineiro A vencedora desta categoria, Maria Zilda Santos Freitas, é estudante de Letras na UFMG e não tem, ainda, qualquer trabalho publicado. De acordo com a comissão julgadora formada por Lyslei de Souza Nascimento, Ruth Junqueira Silviano Brandão e Wander Mello Miranda, seu projeto, Insetos, foi escolhido pela originalidade e pela contribuição de seu desenvolvimento para a literatura brasileira contemporânea. O enredo de Insetos traz a história de uma menina órfã que se perde do irmão na cidade grande. Lá, ela passa de mendiga à prostituta, mas se torna uma observadora da cidade. Sempre com uma visão muito poética, até ingênua, a menina se confunde entre si mesma e seu alter-ego, formado pela (sobre)vida da metrópole. Os personagens são todos comparados/metaforizados com insetos.