sexta-feira, 9 de abril de 2010

INFESTAÇÃO DE TRANSMISSOR DA DENGUE BATE RECORDE EM MG


Em Minas Gerais já foram notificados 86.189 casos de dengue, de acordo com último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde. Quinze pessoas já morreram por causa da doença. Existem outros 29 óbitos em investigação.

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) de Belo Horizonte confirmou, quatro casos de dengue em Três Corações, no Sul do estado. Entre os casos confirmados está o de uma mulher que morreu no último dia 27 e o da filha dela, de 15 anos, que já se recuperou.

Os outros dois acsos confirmados são referentes a um casal de idosos que também já recebeu alta médica na semana passada.

Segundo a diretora de saúde do município, Adriana Teixeira, uma equipe da Vigilância Epidemiológica percorreu os bairros Vila Viana, São Sebastião, Santa Tereza, Parque Jussara e Parque Bandeirantes, onde morava a mulher que morreu.

Ainda de acordo com as autoridades de saúde, a cidade tem outros 23 casos já notificados da doença.

Belo Horizonte

O número de imóveis em Belo Horizonte com a presença do mosquito da dengue é o maior dos últimos sete anos, no mês de março. O Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), divulgado quarta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), apresentou um resultado de 3,9%, o que significa a presença do transmissor da doença em 3,9 de cada 100 imóveis da cidade. O índice é apenas 0,3% menor do que o de janeiro, quando o Liraa foi de 4,2%, e é o mesmo de janeiro do ano passado, quando a capital também enfrentou um surto da doença. A quantidade de casos confirmados em laboratório no município passou de 7.103 para 8.043 em uma semana. Em Minas Gerais, as notificações passaram de 48 mil para 86 mil em apenas sete dias.

As regiões de maior presença do mosquito são as mesmas: Pampulha, com 4,5%, e Leste, com 5,4%. Em seguida está a Norte, com 4,4%. Em janeiro, a região Leste apresentou Liraa de 5,7%, Pampulha 5,9% e Norte, 4,5%. O levantamento da região Centro-Sul subiu de 3,3%, em janeiro, para 3,8%.

O Liraa do município é uma média de cada região. O mais agravante é que bairros da Pampulha, como Dom Orione e Itamarati, registraram Liraa de 9,6%. Na Região Leste, os bairros Taquaril, Granja de Freitas e Novo Horizonte apresentaram índice de 9,4%. De acordo com a padronização do Ministério da Saúde, o índice de infestação larvária a partir de 4% denota risco de epidemia. No entanto, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira, explica que para uma situação epidêmica o número de transmissão deve ser alto, o que não acontece na Região da Pampulha e Leste. “Nesses lugares há infestação, mas não há a infecção do vírus como em regiões de Venda Nova, que registra 2.524 casos”, explica.

O levantamento foi realizado em 33.923 imóveis e revelou que os principais criadouros são objetos inservíveis (descartáveis) encontrados em 30,41% dos imóveis pesquisados; pratinhos e jarros de plantas, em 20,91%; e pneus, em 7,58%. O Liraa apontou também o que já não é novidade : 79,3% dos focos do mosquito estão dentro dos domicílios.

O secretário Marcelo Teixeira considera positiva a queda do Liraa de março em relação a janeiro. “Não estamos deixando que aumente a quantidade de imóveis com a presença do mosquito. Isso é a boa notícia, pois enfrentamos nesse período o pico da doença”, afirmou, acrescentando que é preciso que a população continue em estado de alerta. “Muitos sabem quais são os cuidados contra a dengue, mas é preciso que as informações se tornem atitudes.”

O Liraa de 3,9% no mês de março é o maior desde 2003, quando o levantamento passou a ser feito nesse período. A SMSA vai intensificar o controle ao mosquito contratando, neste mês, 307 agentes temporários de combate a endemias. Como os novos agentes, a capital passa a contar com 1,7 mil pessoas no combate à doença.