sábado, 29 de maio de 2010

COLUNA


AMOR

“Tão bom morrer de amor e continuar vivendo.”

Mário Quintana



Esta semana, ia escrever sobre a improbidade administrativa, a falta de probidade, de moralidade, falta de retidão, de integridade, e por que não, a falta de amor à coisa pública, a desobediência a uma ordem judicial, o desrespeito à legalidade, à ordem e ao progresso, a ilegitimidade do agente político.

Ocorre que entre tantas causas cíveis sobre a mesa - separações, partilhas, inventários, meações, adoções, interdições - onde se lida intensamente com pessoas e sentimentos, encontrei dentro de um livro um poema que escrevi um tempo atrás e aí... bem, aí nosso bate papo desta semana já estava escrito:

O amor subiu no telhado

O amor não é gato

Ele vai se espatifar

O amor se espatifou

Não tem sete vidas

O amor agoniza

O amor quase morre

O amor renasceu

Lá vai ele pela cidade

Zombando da morte

Rindo da vida

Andando na rua

Olha o telhado

Lá vai ele

Olhando

Subindo

Não sobe

Subiu de novo

E do alto vê a cidade toda

Já é noite

Que acaba ficando mais escura do que realmente é.

Carlos Rafael Ferreira, advogado