quarta-feira, 16 de junho de 2010

BUSCA POR VICE ENTRA NA RETA FINAL EM MINAS

A duas semanas do prazo para a definição dos candidatos nas eleições, os nomes para disputar a cadeira de vice-governador viraram o prato principal das articulações políticas. Enquanto na coligação do PSDB, comandada pelo governador Antonio Augusto Anastasia, vários nomes estão na briga para abocanhar a vaga, a chapa formada pelo PMDB e PT, encabeçada pelo peemedebista Hélio Costa, corre contra o tempo para tentar convencer o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias (PT) a aceitar a missão.

Os próximos dias serão marcados pelas últimas costuras entre os partidos que vão marchar com os dois candidatos a governador. As movimentações se intensificaram depois da debandada de partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), insatisfeitos com a imposição do nome de Hélio Costa (PMDB) pelo PT nacional. Como tucanos e petistas têm convenção marcada para o dia 27, a intenção dos partidos é bater o martelo sobre a questão antes dessa data. Pela legislação, as chapas podem ser registradas até 5 de julho.

De acordo com o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Nárcio Rodrigues, um conselho político, formado pela cúpula tucana e com a participação de aliados, se reúne quinta-feira para analisar os pretendentes a vice e para iniciar a formação das chapas proporcionais (deputado federal e estadual). Diferentemente dos petistas, os tucanos têm quatros opções para apresentar. O DEM quer emplacar o deputado federal Carlos Melles ou o também federal Marcos Montes, enquanto o PP sustenta a indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Alberto Pinto Coelho. Por outro lado, o PSB negocia a inclusão do ex-embaixador do Brasil em Cuba Tilden Santiago na chapa. O PDT sonha com o deputado estadual Zezé Perrella na disputa.

Aliados de vários partidos se reuniram terça-feira com Anastasia, no Palácio das Mangabeiras, para traçar um cronograma de viagens com o tucano e o ex-governador Aécio Neves (PSDB) pelo interior do estado. Principal articulador político do grupo, o secretário de Governo, Danilo de Castro, minimizou a ausência de parlamentares do PRB e PDT, partidos também cortejados pela oposição. “As conversas estão adiantadas e praticamente definidas”, declarou.

Convencimento

Às vésperas do encontro estadual petista, nos dias 19 e 20, PT e PMDB jogam todas as fichas para convencer Patrus a ser vice de Hélio Costa. Preterido pelo ex-prefeito Fernando Pimentel nas prévias para escolher o nome do PT que poderia disputar o governo, o ex-ministro, visto como o nome capaz de unir os aliados do presidente Lula no estado, vem resistindo às pressões para participar da chapa. Patrus já avisou, no entanto, que não é o salvador da pátria.

No sábado, o ex-ministro reuniu-se com petistas mineiros em Brasília, quando ouviu novo apelo para compor a chapa – e disse ainda estar “pensando” sobre essa possibilidade. Na segunda-feira, o presidente Lula entrou no jogo e disse que o ex-ministro é o nome de sua vontade para compor a chapa. Apesar de afirmar que não iria pedir diretamente a Patrus, na visita a Minas Gerais, Lula teria dito a aliados que espera uma definição rápida do mineiro. “A opinião do Lula (sobre ele ser vice) foi muito importante, porque o Patrus viu que é uma campanha para valer”, afirmou um de seus aliados.

Depois de reunião com os partidos que estão na chapa de Hélio Costa na terça-feira, o senador voltou a dizer que Patrus seria o vice dos sonhos e propôs a ele um governo compartilhado. “O modelo quem nos ensinou a fazer foi o presidente Lula, que deu total e absoluto poder ao vice-presidente José Alencar. Ele é um companheiro inseparável, está presente em todas as decisões, é ouvido em cada passo que dá o governo”, disse Hélio Costa.

Os aliados também se comprometem com Patrus a fazer um governo voltado prioritariamente para a área social. Pré-candidato ao Senado, o ex-prefeito Fernando Pimentel disse que o partido não vai forçar uma decisão de Patrus, mas que o desejo é que ele componha a chapa. “Se ele de fato topar, seria muito importante para nossa chapa majoritária, porque Patrus é uma liderança incontestável no estado inteiro, é um companheiro que sabemos a garra que tem em uma eleição”, disse.

Fonte: UAI