domingo, 29 de agosto de 2010

COLUNA

ROBINHO


“É tão estranho... assim parece ser, quando me lembro de você, que acabou indo

embora cedo demais. Só que você foi embora, cedo demais... e o que sinto não sei dizer.

Vai com os anjos, vai em paz. Era assim todo dia de tarde, a descoberta da

amizade, até a próxima vez... Não é sempre mais eu sei que você está bem agora, só que

este ano o verão acabou cedo demais.”

Renato Russo


Cheguei a escrever outro artigo, enviei ao editor, mas confesso que não reconheci, naquilo que enviara, minhas palavras. Era preciso apagar, deletar o e-mail e escrever de novo, era preciso falar de você meu amigo, que por mais que eu teime em acreditar, se foi. Naquele sábado, poucas horas antes - por volta das 19:00h - estava chegando em casa, quando um carro passou e alguém me saudou com a buzina, mas, em virtude do vidro escurecido, não reconheci, ele voltou, abaixou o vidro e trocamos algumas últimas palavras, intercaladas pelo sorriso aberto de sempre. Caramba... no domingo a notícia, poucos dias depois a pior notícia. A escolha do Poliesportivo foi feliz, uma digna, justa e pontual homenagem àquele que se tornara maior, muito maior do que um dia alguém pudera imaginar, tornou- se um consenso, educado com todos, franco, generoso, verdadeiro, transparente, humilde, cativante, atencioso, competente, inteligente, genial, e acreditávamos até, quem sabe, imortal. Uma multidão perplexa, pelo fato, pela tragédia e também perplexa pela descoberta da falta que você faz, da ausência que, imediatamente, passou a se fazer presente, caminhando ao lado, a dor que grita, trazida pelo enorme buraco no peito de cada um de seus milhões de amigos.

Saudade, saudade demais...