AS TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA – VI
(MARMELÓPOLIS)
Marmelópolis consagra o nome de Antonio José Ribeiro, um gaúcho que veio com a família para a região no segundo quartel do século XIX a fim de faiscar ouro nas águas do rio Paraíba do Sul. Segundo dados colhidos da obra de Ana Flávia Ribeiro Coura – “Marmelo: o ouro de Marmelópolis”, a família de Antonio Ribeiro subiu a serra e estabeleceu-se “no local hoje denominado Cata dos Marins”.
Prosseguindo no estudo que fez sobre a região, informa que “o filho de Antonio José Ribeiro, Manoel Ribeiro de Carvalho, nascido em 1827, casou-se com Mariana Justina de São José, natural de Areias...tiveram cinco filhos, todos nascidos em Incubatão”. Por força de herança, a fazenda passou às mãos de uma sobrinha de Antonio Ribeiro, “por nome Mariquinha, que era casada com Manoel Ribeiro Fortes. Este casal passou a viver ali, dando origem aos habitantes do lugar”.
O mesmo Manoel Ribeiro foi o responsável pela fazenda da região de Incubatão (ou Cubatão) que se denominava Queimada, origem do povoado que se estenderia ao redor da mesma, vindo, posteriormente, a ser transformado na “cidade do marmelo”.
O povoado de Queimada seria elevado à categoria de distrito em 1953, por Lei nº 1039, de 12 de dezembro, estando na origem do município de Marmelópolis. Foi elevado à categoria de município e cidade por força da Lei nº 2764, de 30 de dezembro de 1962, sendo seu primeiro intendente Joaquim Ribeiro da Mota.
A atual denominação da cidade reside no fato de ter sido a região a maior produtora de marmelo de todo o Brasil e, talvez, do mundo. A primeira fábrica de marmelo iniciou suas atividades no ano de 1936 e durante décadas a produção foi a principal fonte de sustento econômico da região.
Infelizmente, com a estagnação das lavouras provocada pelas constantes flutuações do mercado financeiro, nas décadas de 1970 e 1980, ficou quase que inviável a produção da fruta, o que, por via de consequência, desequilibrou economicamente o próprio município que hoje concentra suas atividades na pecuária leiteira e na fruticultura do pêssego, ameixa, figo e ainda de algum marmelo.
Suas belezas naturais são inconfundíveis e dignas de tantos elogios.
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* Historiador e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais