quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

HORÁRIO DE VERÃO TERMINA NO PRÓXIMO DOMINGO

O Horário de Verão 2010/2011 termina à zero hora do dia 20 de fevereiro, próximo domingo. Com isso, às 24 horas do sábado (19/2), os relógios deverão ser atrasados em uma hora.

A medida, que começou à zero hora de 17 de outubro passado, abrangeu os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. Os Estados das regiões Norte e Nordeste não adotam o Horário de Verão, devido à proximidade da Linha do Equador, o que faz com que a duração dos dias nesses Estados não apresente alterações significativas ao longo do ano, e o Horário de Verão teria efeito praticamente nulo.

No total, essa edição do Horário de Verão contará com 126 dias de duração, mesma duração do ano passado. Desde 2008, através do Decreto 6.558, do Ministério de Minas e Energia, foram fixadas datas para seu início e término: ficou definido que, todos os anos, a medida entrará em vigor sempre à zero hora do terceiro domingo de outubro e se estenderá ao terceiro domingo de fevereiro. No ano em que houver coincidência entre o domingo previsto para o término do Horário de Verão e o domingo de carnaval, o encerramento ocorrerá no domingo seguinte.

Minas Gerais

Na área de concessão da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, verificou-se, segundo o balanço parcial, uma redução na demanda máxima, ou seja, o pico diário da carga que ocorre no período das 18 às 22 horas, de 4%, correspondendo a cerca de 300 MW, 0,5 ponto percentual a mais que o ano passado. Essa potência equivale a:

geração a plena carga de 2,3 usinas do porte da Usina Térmica de Igarapé (131 MW) ou

geração de 4,5 geradores da usina de Três Marias, também a plena carga (66 MW cada) ou

30% da carga de pico de todo o Triângulo Mineiro com seus 66 municípios ou

15% da carga de pico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (34 municípios – 4.9 milhões de habitantes) ou demanda de pico de uma cidade de 700 mil habitantes.

No consumo, estima-se que a economia de energia registrada no Horário de Verão dos últimos dois anos se manteve no período atual, chegando a 0,5%, o que representa 31 MWméd (megawatts médios). “Essa economia é suficiente para abastecer, durante dez dias, a capital Belo Horizonte”, afirma Wilson Fernandes Lage, engenheiro de operação do sistema da Cemig.

Para o consumidor residencial, a economia se dá na menor utilização da iluminação artificial, que pode chegar a uma redução de até 5% no consumo mensal de energia.

No Brasil

A economia no sistema elétrico interligado brasileiro, de acordo com avaliações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), deverá ser de 4,6% de redução na demanda máxima, superando o valor de 2.530 MW, o que equivale, aproximadamente, a 30% da carga de Minas Gerais no horário de ponta.

Já a redução do consumo de energia deverá atingir 220 MWmédios, correspondentes a 0,5% da carga dos subsistemas Sul/Sudeste/Centro-Oeste ou ao consumo mensal de uma cidade de 470 mil habitantes. Os valores oficiais deverão ser divulgados duas semanas após o término do Horário de Verão.

Objetivo

A adoção do Horário de Verão visa à redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta. “Com isso, obtém-se o alívio do carregamento dos sistemas de geração, transmissão e distribuição, aumentando a segurança e a confiabilidade operativa, pois é reduzido o carregamento de todo o sistema elétrico nos momentos de pico, sendo melhoradas as condições de controle, principalmente em situações de emergências”, explica Wilson Lage.

Segundo o engenheiro, essa redução ocorre no período do ano em que o sistema é, de modo geral, submetido a condições operacionais mais críticas, reduzindo os riscos de desligamentos de linhas de transmissão, principalmente devido a descargas atmosféricas. “Proporciona também melhores condições de suprimento, em termos de continuidade e qualidade de atendimento às diversas áreas dos sistemas.”

Ainda como resultado do Horário de Verão, houve uma menor utilização da iluminação artificial, com redução do consumo de energia, principalmente nas classes de consumidores residenciais e comerciais.

Como funciona

O Horário de Verão provoca o adiantamento do horário civil em relação ao horário padrão, tardando a ligação da iluminação artificial, que é acionada mais tarde do que aconteceria normalmente. O efeito provocado é a não-coincidência da entrada desse tipo de iluminação com o consumo demandado ao longo do dia pelo comércio e pela indústria, cujo montante se reduz após as 18 horas, e com outros tipos de consumo nas residências, cuja carga aumenta significativamente nesse horário, motivados principalmente pelo uso de chuveiro elétrico.

A adoção do Horário de Verão é bastante antiga, tendo sido usada durante as guerras mundiais, com finalidades econômicas, evitando-se a geração térmica. O primeiro país a adotá-lo foi a Alemanha, em 1916.

Esta é a 37ª edição do Horário de Verão brasileiro. Foi adotado 11 vezes entre 1931 e 1968, de forma descontinuada, voltando depois no verão 1985/1986 e a partir daí em todos os anos até hoje, durante 26 edições consecutivas. Sua utilização tem sido associada à redução do risco de crises energéticas e aumento da segurança operativa e confiabilidade do fornecimento, devido à redução dos picos de consumo, propiciando a redução do risco de apagões, através do melhor aproveitamento da luz natural e ganhos em armazenamento de energia.

Além do Brasil, o Horário de Verão é implementado em aproximadamente 80 países, como, por exemplo, nos países da União Européia (entre março e outubro) e da América do Norte (entre março e novembro), além da Rússia, Turquia e Cuba. No Hemisfério Sul, a medida é adotada entre outubro e março na Austrália, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai, entre outros.



Maria de Fatima Fernandes Valias

Comunicação CEMIG