“O desafio é exatamente esse, nós conseguirmos colocar na agenda do Poder Executivo e do Poder Legislativo mudanças que são importantes para tornar a Educação de fato prioridade.”
Beatriz da Silva Cerqueira fala com exclusividade para o Noticiarama.com.
Por Roberta Nogueira
Noticiarama: Como pensar Educação em tempos de mudança?
Beatriz Cerqueira: É necessário que haja políticas públicas que resolvam os problemas que nós estamos enfrentando. Não é possível falar em Educação sem que os profissionais tenham salário, carreira, gestão democrática, sem que eles tenham a valorização da sua vida funcional. Por isso e por uma educação de qualidade, a Conferência de Educação acontece logo no início de 2011.
Noticiarama: Qual seria o papel dos professores e dos profissionais da Educação neste momento político?
B.Cerqueira: Na verdade, os números da Educação em Minas Gerais são muito ruins. Há quase um milhão e meio de pessoas (entre Educação Infantil e Ensino Médio) que não têm acesso a esses níveis de ensino. Ou seja, faltam vagas nesses níveis de ensino. Então é necessário um investimento para que todos tenham acesso à Educação.
Da nossa parte, estamos constituindo uma pauta de reivindicação em que, além das nossas demandas específicas, nós estamos batalhando pela melhoria da qualidade da Educação em Minas Gerais.
Noticiarama: Educação e desafios.
B.Cerqueira: O desafio é exatamente esse, nós conseguirmos colocar na agenda do Poder Executivo e do Poder Legislativo mudanças que são importantes para tornar a Educação de fato prioridade.
O governo do estado não gasta os 25% previstos pela Constituição Federal com a Educação. Então, é necessário que haja esse investimento previsto já na legislação e as mudanças relacionadas à carreira, ao salário, à gestão, além de investimentos para que realmente a Educação seja de qualidade em nosso estado.
Noticiarama: Um balanço da VI Conferência Estadual de Educação do Sind-UTE, MG.
B.Cerqueira: O evento superou nossas expectativas, a nossa avaliação, por ser no início do ano. Pelas conferências anteriores realizadas pelo sindicato, a previsão era a de que não passaríamos de mil e duzentas (1.200) pessoas e nós tivemos mil e novecentas (1.900) inscrições. Esses números mostram a ansiedade da categoria em debater as questões pedagógicas e também o nível de organização do nosso sindicato.
Foi uma conferência com a presença da Secretária de Estado da Educação Ana Lúcia Gazolla, de entidades internacionais, como a Internacional da Educação para a América Latina, que esteve conosco na sexta-feira, as universidades, como a UFMG, o ex-ministro Luiz Dulci, que é um dos fundadores do nosso sindicato.
O balanço é muito positivo. O sul de minas é uma região que cresceu na organização do nosso sindicato a partir da greve. E nós tivemos um apoio muito importante do Convention de Caxambu e do Convention de São Lourenço, que nos ajudaram na estruturação do evento.