terça-feira, 28 de junho de 2011

COLUNA



Museu e Turismo

A partir da década de 1980, os museus tornaram-se um componente chave da área turística em diversos países da Europa. O turismo cultural ali desenvolvido passou a ser o setor mais dinâmico dessa indústria vital, inclusive em países cujo atrativo turístico está voltado tradicionalmente para ambientes de praias paradisíacas como algumas do Mediterrâneo.

A partir dessa pioneira experiência, os governos, máxime os europeus, viram-se quase que na obrigação de encontrar uma maneira de destinar parte dos impostos cobrados para a indústria turística, a fim de fazê-la um recurso renovável e, por via de consequência, subvencionar os museus, através de recursos advindos dessa prática. Isso foi uma maneira importante de contribuir para a preservação do patrimônio natural e cultural, que, a final de contas, seria o principal recurso de uma indústria de turismo cultural.

Ainda que lancem mão de políticas de fomentos da iniciativa privada, os subsídios da administração em vários países europeus têm sido a fonte de incentivos mais importantes de que gozam os museus. Estima-se que equivalham entre 80 a 90% de todos os incentivos, independentemente, inclusive, da destinação feita por entidades privadas que atuam paralelamente aos museus, como associações de amigos.

Nos Estados Unidos, informes veiculados pela American Association of Museums apontam que o financiamento público do conjunto dos museus do país alcança algo em torno de 40% do total dos incentivos destinados aos mesmos.

A pergunta que se faz, então, é: até onde devem os governos financiar os museus? A experiência de determinados locais demonstra que uma ajuda generosa por parte da administração pública pode contribuir positivamente para a elevação dos níveis de qualidade e profissionalização dos museus. Essas ajudas cobrem a totalidade dos gastos ou, pelo menos, uma parte destinada a garantir aos museus um nível mínimo de subsistência.

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* Museólogo e responsável técnico pelo Museu de Caxambu