A Airex Trading anunciou que investirá pelo menos R$ 1,8 milhão para retomar as atividades da Laticínios Nilza, de Ribeirão Preto, ainda em recuperação judicial, a partir de janeiro de 2012. Além disso, o grupo negocia o pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 5 milhões para mais de mil funcionários – parte dos R$ 400 milhões, que incluem ainda tributos e débitos com fornecedores.
O proprietário da Airex, Sergio Alembert, reuniu-se com ex-empregados da indústria para discutir o reembolso dos rendimentos. O consenso é de que o pagamento seja dividido em 24 parcelas a partir de dezembro. “Eles me trouxeram uma sugestão melhor, que seria definirmos datas e valores, para que eles possam enxergar exatamente quando começa e quando termina o pagamento”, disse o empresário.
A proposta, que ainda será levada para assembleia, é bem vista pelo advogado dos funcionários, Lucas Terra Gonçalves. “Acredito que todos se sairiam bem, pois saberiam concretamente todo mês qual é o valor recebido”, afirmou.
Enquanto a pendência salarial esboça um ponto conclusivo, 30 profissionais já trabalham na manutenção e recuperação de maquinário e instalações para que a fábrica localizada na Rodovia Anhanguera, em Ribeirão, entre em atividade no início do ano que vem. O reinício, que também acontecerá na planta industrial de Itamonte (MG), demandará inicialmente a contratação de 115 funcionários.
Recuperação judicial
Apesar da aceleração nas negociações e nos investimentos, a Nilza permanece no estágio de recuperação judicial, desde que o Tribunal de Justiça do Estado, através do desembargador Manoel de Queirós Pereira Calças, anulou a falência da empresa, em 31 de maio.
A decisão é um recuo de um processo instaurado em 26 de janeiro deste ano pelo juiz da 4ª Vara Civil de Ribeirão Preto, Héber Mendes Batista, que apurou irregularidades no processo de recuperação judicial, como suposta compra de votos entre acionistas, e chegou a decretar a falência da indústria.
A recuperação judicial da Nilza, tida até então como uma das maiores produtoras de leite do Brasil, foi decretada em 2009, quando a empresa demitiu 550 funcionários nas unidades de Ribeirão e Itamonte.
Com a falência recentemente bloqueada – mas ainda não julgada –, a trading pode prosseguir com a reestruturação da Nilza. “A falência foi anulada pelo Tribunal de Justiça. Então a realidade jurídica da empresa hoje é em recuperação judicial. A empresa a qualquer momento pode voltar a funcionar, a gerar recursos, empregos, renda. Não há problema algum”, disse Batista
Fonte: EPTV