quinta-feira, 20 de outubro de 2011

SEGURANÇA DURANTE PERÍODO CHUVOSO

Diante do período chuvoso que se inicia, e vai até o mês de março, a Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig alerta para os cuidados que a população deve tomar em caso de fortes chuvas, que nesta época do ano podem vir acompanhadas de fortes ventos e descargas atmosféricas. 
De acordo com meteorologista Geraldo Paixão, do Centro de Climatologia da Cemig, até a última segunda-feira (17/10), já choveu em todo o Estado 80% do esperado para todo o mês de outubro. “Espera-se que a média de chuvas seja alcançada ou até mesmo superada antes do fim de outubro”, afirma Geraldo.  Segundo o engenheiro de segurança da Cemig, Demétrio Venício Aguiar, em dias de chuvas o ideal é que os consumidores permaneçam em casa até a tempestade terminar. “Estando em casa, evite ligar aparelhos eletrônicos, tomar banhos e usar o telefone. Desconecte das tomadas aparelhos como televisão, som, computadores, e se mantenha afastado das tomadas”, orienta.  Além disso, Demétrio Aguiar acrescenta que, estando fora de casa, deve-se evitar permanecer em campos abertos como pastos, campos de futebol, piscina, lagos, praias, árvores isoladas, postes, mastros e locais elevados, pois nesses locais a pessoa pode ser o ponto mais alto e atrair o raio.
O ideal é procurar por locais seguros para se abrigar, como edificações de alvenaria. Em áreas rurais, não se deve permanecer próximo de tratores e outras máquinas agrícolas, nem mesmo próximo a cercas, pois essas podem conduzir descargas atmosféricas se não estiverem aterradas e seccionadas.  De acordo com o engenheiro, outra orientação importante é quanto a cabos partidos, causados em sua maioria por quedas de árvores, objetos projetados sobre a rede e descargas atmosféricas. “Caso alguém se depare com um cabo partido, é imprescindível que se mantenha distância do local, se possível não permitindo que outras pessoas se aproximem, e ligue imediatamente para o Fale com a Cemig, no telefone 116”. Se o cabo partido atingir um carro, o ideal é que se permaneça dentro do veículo e só saia após permissão da equipe da Cemig, pois o carro poderá estar energizado. Estando dentro do veículo, o ocupante estará protegido.  Algumas medidas importantes a serem tomadas na prevenção de acidentes com a rede elétrica neste período: Se observar um cabo partido, isole o local e não se aproxime em hipótese alguma. ·        
Avise imediatamente pelo telefone 116 e não toque nos fios. A central de atendimento funciona 24 horas, e a ligação é gratuita.  Em dias de chuva, evite pisar em poças se houver algum fio por perto. A fiação elétrica entra em curto mais facilmente se tiver contato com a água. Se estiver em um veículo e, num acidente, bater em um poste, você estará protegido dentro do carro, já que os pneus servem como isolante. Contudo, se precisar realmente descer antes da chegada dos técnicos da Cemig, pule com os dois pés juntos numa distância segura. O carro é metálico, e se você mantiver um pé dentro e outro fora, seu corpo será condutor de energia. Não tente retirar objetos ou pessoas que estejam em contato com fios, sem que antes um profissional capacitado assegure que a energia foi desligada. Não atire objetos em direção à rede elétrica, pois isso poderá causar curto-circuito e rompimento de cabos.  Curto-circuito e atuação do sistema elétricoUma das ocorrências mais graves em redes de distribuição é o fio partido, que acontece na maioria das vezes em dias de eventos climáticos de grande vulto, como tempestades ou ventanias.  E apesar dos circuitos contarem com várias proteções, nem sempre ocorre o desligamento automático quando um cabo se rompe.
O engenheiro de planejamento do sistema elétrico da Cemig, Erivaldo Costa Couto, explica que para que os equipamentos de proteção atuem automaticamente, é necessário que a corrente de curto-circuito seja elevada, a ponto de sensibilizar as proteções.  O engenheiro esclarece que, em algumas situações, como nos casos em que o cabo partido toca o solo, coberto por asfalto, cimento ou pedra (paralelepípedo), que são materiais com pouca condutibilidade elétrica (alta impedância), pode acontecer de a proteção do circuito não identificar a corrente elétrica como sendo de um curto-circuito e sim como um elevado aumento no consumo de energia.  Ainda segundo Erivaldo Couto, os equipamentos de proteção utilizados (disjuntores, religadores, chaves fusíveis) só atuam quando a corrente elétrica atinge um valor maior que o de ajuste, e que deve ser superior à corrente que circula para atender a carga. 
Assim, caso o valor da corrente seja inferior ao valor ajustado, a proteção não será sensibilizada, e por isso, o circuito não será desligado. “A forma de atuar das proteções da rede de distribuição é semelhante à do disjuntor de uma residência. O disjuntor somente irá atuar se o valor da corrente de curto-circuito for superior ao valor de ajuste do equipamento. Por exemplo, um disjuntor de 35 amperes somente irá atuar para correntes superiores a esse valor. Caso ocorra um curto-circuito de alta impedância na residência, cuja corrente seja inferior aos 35 amperes, o disjuntor não desligará o circuito”.

Solução

Segundo o professor José Oswaldo Paulino, da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, essa realidade não é exclusiva da Cemig. “Todas as empresas que trabalham com rede de distribuição no mundo enfrentam a mesma situação. Mas existem estudos que já estão bem adiantados na França e na Espanha, que visam minimizar o problema. E também há dois projetos importantes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Aneel sendo estudados pela Cemig em parceria com a UFMG, que poderão ser a solução no futuro”.  De acordo com o professor, um dos projetos estuda viabilizar uma forma de fazer com que as proteções “enxerguem” a corrente de curto-circuito mesmo em situações em que ocorre a alta impedância, através de um equipamento que ficaria entre a rede e o solo. “O projeto não soluciona definitivamente o problema, mas vai aumentar muito o campo de atuação das proteções”.

Fonte: CEMIG