terça-feira, 15 de novembro de 2011

COLUNA

Ruas de Caxambu

Marechal Deodoro


Neste 15 de novembro, ocasião em que se comemora o 122º ano de instalação da República em nosso país, homenageamos a figura do marechal Deodoro da Fonseca que também honra com seu nome uma das ruas de nossa cidade, localizada no bairro de Santa Cruz.



Manuel Deodoro da Fonseca nasceu na cidade de Alagoas, que atualmente se denomina Marechal Deodoro, no estado das Alagoas, em 5 de agosto de 1827, filho de Manuel Mendes da Fonseca e Rosa Maria Paulina da Fonseca.

Em 1868 chegou ao posto de coronel, sendo promovido, em 1874, ao posto de brigadeiro e finalmente marechal no ano de 1884. No ano seguinte, 1885, é nomeado chefe de armas da província do Rio Grande do Sul, na qual se tornaria o presidente no mesmo ano. Também foi presidente da então província de Mato Grosso, por indicação do imperador Dom Pedro II; comandante-de-armas das províncias da Bahia e do Pará.

Deodoro era figura de grande conceito no Exército brasileiro, não só por tradição familiar, como por sua fé de ofício. A Questão Militar, um incidente que poderia passar sem grandes proporções políticas no ano de 1883, tornou-se quase que um dos estopins para a queda da monarquia no Brasil e Deodoro postara-se, por dever de ofício, ao lado dos militares nessa questão. Outros significativos símbolos da queda do império seriam a Questão dos Bispos e a Lei Áurea, situações que os republicanos de primeira hora aproveitaram para avançar com seu projeto político. E se uma nova forma de governo estava madura no país – e que realmente viria a se consubstanciar a partir de 15 de novembro de 1889 -, a figura de Deodoro da Fonseca inspirava no seio dos republicanos a maior confiança, por ser um homem de passado ilibado e de acendrado patriotismo.

Contam os biógrafos do marechal que o mesmo fora acordado na manhã de 15 de novembro por exaltados republicanos e, mesmo adoentado, colocou-se à frente da tropa que vinha de São Cristóvão marchando para a deposição do gabinete do 1º Ministro Visconde de Ouro Preto, pelo que, insuflados por homens como Benjamin Constant, Ruy Barbosa, Aristides Lobo e Quintino Bocaiúva, eram dadas vivas à República. O próprio Aristides Lobo diria adiante que “o povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada militar.”

Deodoro, que seria o primeiro presidente do Brasil (1889-1892), passou por muitos problemas no seu mandato, dedicando-se a implantar um regime republicano sólido. Seu governo enfrentou, por monarquistas descontentes, severa instabilidade política e econômica, além de diversas sedições contra a nova forma de governo. Importante que em seu governo foi promulgada a primeira constituição republicana e a segunda do Brasil – 24 de fevereiro de 1891, que dentre tantas inovações reconheceu a separação da Igreja do Estado.

O marechal Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro em 23 de agosto de 1892.


* Historiador e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais