terça-feira, 17 de janeiro de 2012

COLUNA


Ruas de Caxambu
Magalhães Pinto

                                                                             
A rua Magalhães Pinto, localizada no centro da cidade, presta homenagem a uma figura pública das mais expressivas no cenário nacional. José de Magalhães Pinto, nascido em Santo Antônio do Monte em 28 de junho de 1909, era filho de José Caetano de Magalhães Pinto e de Maria de Magalhães Pinto. Fez os estudos secundários no Instituto Comercial Mineiro e, posteriormente, graduo-se em Ciências Econômicas e em Direito.


Sua vida profissional se iniciou quando tinha dezesseis anos. O primeiro emprego foi no Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais; em 1935 tornou-se diretor da matriz do Banco da Lavoura do Estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Em outubro de 1943, quando já era empresário de prestígio, foi um dos signatários do “Manifesto dos Mineiros”, primeiro pronunciamento público de setores liberais contra o Estado Novo de Vargas. Afastado da direção do Banco da Lavoura, em 1944 foi um dos fundadores do Banco Nacional de Minas Gerais, que se tornaria uma das maiores instituições bancárias do país.
Foi, também, presidente da Associação Comercial de Minas Gerais presidindo a Federação de Comércio daquele estado.
Um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN), foi deputado à Assembleia Constituinte de 1946, renunciando ao mandato para ocupar o cargo de secretário de Finanças de Minas Gerais no governo Milton Campos.
Seria reeleito sucessivamente deputado em 1950, 1954 e 1958, e, nesse último ano, tornou-se presidente da UDN de Minas Gerais e no ano de 1959 seria presidente nacional do partido.
Em outubro de 1960, foi eleito governador de Minas Gerais através de uma coligação liderada pela UDN. Governaria o estado no período de 1961 a 1966, ocasião em que criou o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG.
Articulador e revolucionário de primeira hora, Magalhães Pinto apoiou o estado de exceção que se implantou no Brasil a partir de 1964. Nessa oportunidade, ao seu patrimônio foram incorporados mais seis bancos até o ano de 1972.
Magalhães Pinto deixou o governo de Minas no final de janeiro de 1966, e em março ingressou na Aliança Renovadora Nacional – Arena -, partido da situação formado após a edição do AI-2. Em novembro, foi eleito deputado federal. Empossado em fevereiro de 1967, exerceu o mandato apenas até 14 de março.
No governo do marechal Artur da Costa e Silva (1967-1969), foi ministro das Relações Exteriores, ocasião em que articulou empréstimos internacionais para o financiamento de obras de infraestrutura para o desenvolvimento do Brasil, cuja política ficou conhecida como "Diplomacia da Prosperidade". O Banco Nacional foi o grande financiador de empreiteiros de obras públicas na época do chamado “milagre brasileiro”.
Com a posse do general Emílio Garrastazu Médici na presidência da República no dia 30 de outubro, Magalhães Pinto deixou o ministério e retornou à Câmara dos Deputados. Eleito senador em novembro de 1970, em fevereiro de 1975 tornou-se presidente do Senado. Em novembro de 1978, voltou a se eleger deputado federal. Com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a posterior formação de novos partidos, Magalhães Pinto participou ativamente da constituição do Partido Popular (PP), organizado em dezembro seguinte. Contudo, com o chamado "pacote eleitoral" de novembro de 1981, que determinou a vinculação geral dos votos e proibiu a coligação dos partidos, foi decidida a incorporação do PP ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Recusando-se a ingressar no PMDB, Magalhães Pinto deixou o PP e em março de 1982 filiou-se ao governista Partido Democrático Social (PDS), pelo qual se reelegeu deputado federal em novembro.
Merecedor de prêmios e comendas as mais diversas, anotamos aqui algumas das mais significativas: Ordem do Mérito Militar, Grau Grã-Cruz, Brasil; Ordem do Mérito Aeronáutico, Grau Grande Oficial, Brasil; Ordem do Mérito Naval, Grau Grã-Cruz, Brasil; Ordem do Rio Branco, Grau Grã-Cruz, Brasil; Ordem do Sol Nascente, Grau I, Japão; Ordem de St. Michael e St. George, Grã-Cruz, Grã-Bretanha; Ordem Militar de Cristo, Grã-Cruz, Portugal.
Afastado da política em 1985, por questões de saúde, Magalhães Pinto faleceu no Rio de Janeiro no dia 6 de março de 1996.
Era casado com Berenice Catão de Magalhães Pinto, com quem teve seis filhos.

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* Historiador