sábado, 12 de maio de 2012

PESQUISA VAI APONTAR AS CONDIÇÕES DA SAÚDE BUCAL EM MUNICÍPIOS DO SUL DE MINAS

Os moradores de Boa Esperança, Guaxupé, Santa Rita do Sapucaí, Turvolândia e Varginha estão incluídos na pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) que vai mapear as condições da saúde bucal da população mineira. O inquérito epidemiológico está sendo feito desde o final de abril e vai permitir a identificação dos problemas bucais mais freqüentes, a fim de diagnosticar as necessidades e, assim formular ações de prevenção, tratamentos e reabilitação adequados à realidade das comunidades.


A pesquisa abrange outros 55 municípios mineiros. Em cada um deles serão feitos cerca de 100 exames, totalizando, aproximadamente, seis mil exames no Estado. De acordo com a diretora de Saúde Bucal da SES-MG, Daniele Lopes Leal, a pesquisa vai fortalecer a Política de Saúde Bucal, que vem sendo delineada no estado.

“O projeto Saúde Bucal Minas Gerais vai trazer como resultado o diagnóstico epidemiológico de Saúde Bucal da população mineira, a partir do qual serão formuladas ações que contemplem esta população com o desenvolvimento de programas de âmbito estadual”, explica.
Durante a pesquisa, além dos índices tradicionais de aferição das doenças bucais, será aplicado, também, um questionário aos indivíduos examinados. Dessa forma, serão analisados problemas como cárie, doença periodontal, oclusopatias, fluorose (intoxicação pelo flúor e seus derivados), dentre outras, no sentido de se verificar, além da prevalência, a extensão da gravidade dos problemas.
Segundo a diretora, Daniele Leal, a Política Nacional de Saúde Bucal determina a realização de estudos epidemiológicos desse porte como parte componente da Vigilância em Saúde. “A nossa proposta é realizar pesquisas desse tipo a cada 10 anos, com o intuito de avaliar as alterações no quadro epidemiológico da população”, afirma.
O projeto terá financiamento da SES-MG, por meio da Diretoria de Saúde Bucal, no valor de R$168 mil, sendo que cada município participante vai receber R$ 2.800,00 para pagamento de pessoal e ressarcimento de despesas de deslocamento, além de receber todo o material para realização dos exames.
“Os municípios investem disponibilizando os profissionais para a pesquisa. E o Ministério da Saúde é parceiro no processo, uma vez que toda a metodologia do projeto é do Ministério”, acrescenta a diretora de Saúde Bucal, Daniele Leal.
Participação dos municípios
Para que houvesse representatividade em todo o território do estado de Minas Gerais, os municípios participantes do projeto Saúde Bucal Minas Gerais foram sorteados, seguindo um processo de amostragem probalística.
Nesse processo, foram considerados os grupos etários e o fator de alocação dos municípios, definidos a partir da associação dos índices de Necessidade em Saúde e de Porte econômico, que levam em conta variáveis epidemiológicas e socioeconômicas, além da capacidade do município financiar, com recursos próprios, os cuidados com a saúde dos cidadãos.
Para execução do projeto, os municípios participantes contam com um examinador, um anotador e um coordenador municipal, sendo que os exames epidemiológicos são realizados por Cirurgiões Dentistas e os anotadores são profissionais de nível médio, geralmente técnico em Saúde Bucal (TSB) ou auxiliar em Saúde Bucal (ASB), das Secretarias Municipais de Saúde dos próprios municípios.
“As equipes de campo foram treinadas, em oficina com duração de 24 horas, onde foi possível discutir a operacionalização das etapas do trabalho e as atribuições de cada participante, a fim de assegurar um grau aceitável de uniformidade nos procedimentos”, esclarece a diretora de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Daniele Leal.
Metodologia de pesquisa
Durante a pesquisa, o cirurgião dentista vai percorrer a cidade e examinar, em domicílio, o morador que se interessar em participar voluntariamente do Projeto, sendo aptas a participar da pesquisa, pessoas com idades de 05 e 12 anos e das faixas etárias de 15 a19, 35 a 44 e 65 a74 anos.
O voluntário deverá, também, responder um questionário, composto por perguntas subjetivas que vão ajudar na compreensão do processo saúde/doença bucal. “O questionário vai contribuir para a avaliação das condições socioeconômica e de utilização dos serviços, sendo fundamental para a estruturação da Rede Assistencial em Saúde Bucal”, afirma Daniele Leal.
Projeto
O projeto segue a metodologia do SB Brasil 2010, do Ministério da Saúde, e conta com a colaboração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), que vai avaliar os resultados por meio do Conselho de Ética em Pesquisa. Outra instituição a avaliar o resultado da pesquisa será o Comitê de Ética em Pesquisa cadastrado junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).