COLUNA

EFEMÉRIDES CAXAMBUENSES

22 de janeiro

1797 - Nasceu em Viena D. Maria Leopoldina Josefa Carolina Francisca Fernanda Beatriz, da dinastia dos Habsburgos, filha do imperador Francisco I e de Maria Teresa de Bourbon. Importante incentivadora da expedição científica austríaca que viria ao Brasil no limiar do século XIX, D. Leopoldina gostava de botânica, aprendeu a língua portuguesa com facilidade e casou-se, por procuração, com D. Pedro, no dia 13 de maio de 1817, em Viena. Embarcou para o Brasil trazendo uma comitiva razoável de cientistas, artistas e naturalistas. Essa expedição, concebida por seu pai, o imperador Francisco I, em 1816, deveria percorrer áreas ainda inexploradas do território brasileiro, coletando peças para museus, jardins botânicos e jardins zoológicos da capital austríaca. Figura importante no momento do “Fico”, quando o príncipe regente desafiou as Cortes Portuguesas que pretendiam “recolonizar” o Brasil e, o mais emblemático gesto, a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, que contou com a sua participação laboriosa, junto com outras importantes figuras da História do Brasil, assim como José Clemente Pereira, Gonçalves Ledo e José Bonifácio. D. Leopoldina foi mãe do nosso segundo imperador, D. Pedro II e, além de homenagear uma das ruas de nossa cidade, também dá nome a uma das principais fontes do Parque das Águas.

1891 - Falecia Benjamin Constant Botelho de Magalhães, um dos fundadores da República e autor da divisa “Ordem e Progresso” da bandeira nacional. Filho de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães e Bernardina Joaquina da Silva Guimarães nasceu em Niterói em 18 de outubro de 1833 e ingressou no Exército em 1852. Participou da Guerra do Paraguai e foi um dos idealizadores do golpe que derrubou a monarquia, sendo, por isso mesmo, considerado pelas Disposições Transitórias da Constituição de 1891 como fundador da República brasileira: Art. 8º - O governo federal adquirirá para a Nação a casa em que faleceu o Doutor Benjamin Constant Botelho de Magalhães e nela mandará colocar uma lápide em homenagem à memória do grande patriota - o fundador da República. Parágrafo único - A viúva do Dr. Benjamin Constant terá, enquanto viver, o usufruto da casa mencionada. Benjamin Constant adoeceu e morreu praticamente pobre, pouco depois de completar 58 anos, num sanatório em Jurujuba, Niterói. Seu féretro foi colocado sobre a mesa onde foram lavrados os primeiros atos do Governo Provisório. Serviu-lhe de manto uma das bandeiras que suas filhas haviam bordado para as escolas militares, as primeiras bandeiras da República, onde já constava o dístico “Ordem e Progresso”. O Executivo caxambuense homenageou-o com nome de uma das ruas de nossa cidade.

24 de janeiro

1878 - Nasceu João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque na cidade de Umbuzeiro, na Paraíba, filho de Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque e de Maria Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Era sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa. No Rio de Janeiro tornou-se notório no campo jurídico, fato que o levou a diversas funções, assim como auditor do Ministério da Fazenda, do Ministério da Marinha, colhendo, ao final, um cargo de ministro do Supremo Tribunal Militar (hoje Superior Tribunal Militar). Dadas às injunções políticas da época e o apoio de seu tio, candidatou-se ao cargo de governador do estado da Paraíba, para o qual foi eleito e tomou posse em outubro de 1928. Promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto do Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro da Paraíba e deu oportunidade para a construção do porto de Cabedelo; por outro lado, despertou o descontentamento dos chamados “coronéis” do interior pernambucano. Outro fato significativo na vida política de João Pessoa: com a cisão entre Minas Gerais e São Paulo, colocou-se ao lado da aliança formada por Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com a indicação de Getulio Vargas à presidência da República, em confronto com a indicação de Júlio Prestes por parte dos paulistas e do então presidente Washington Luis. Por conta dessas questões, aliadas ao acirramento das discussões políticas, João Pessoa foi assassinado no dia 26 de julho de 1930 no centro do Recife, na Confeitaria Glória, por João Dantas, adversário político e jornalista. João Pessoa foi sepultado na cidade do Rio de Janeiro em 7 de agosto de 1930. A sua morte foi, sem dúvida, aliada a fatores mediatos, um estopim para o desencadeamento da Revolução de Outubro de 1930.

25 de janeiro

 1974 – Faleceu em Caxambu D. Jamila Niman, natural de Yabroud, Síria, que imigrou com 13 anos para o sul de Minas Gerais, no início do século XX, juntamente com outros conterrâneos que também escolheram esta mesma região. Jamile e seu esposo Salomão trabalharam como colonos na fazenda do barão Maciel em Cruzília, ali se casaram e, posteriormente, abriram uma pequena loja naquela cidade. Da união nasceram seis filhos. Mudando-se para Baependi, ali também foram proprietários de um pequeno comércio e, no ano de 1919, mudaram-se definitivamente para Caxambu, oportunidade em que fundaram a Casa Oriental nesse mesmo ano. Jamile Niman enviuvou em 1929, passando a gerir o destino dos filhos e a direção do seu comércio.

26 de janeiro

1957 - Faleceu em Caxambu o Dr. José Linhares (foto), que fora, durante um interregno, presidente da República (1955). Nasceu em Guaramiranga, Ceará, em 28 de janeiro de 1886. Formado em direito, foi nomeado desembargador da Corte de Apelação do Distrito Federal logo após a Revolução de 1930 e assumiu o cargo de ministro do STF em 1937. Quando da deposição do presidente Vargas em 29 de outubro de 1950 era presidente daquela Corte Suprema e, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral assumiu a presidência da República e ocupou o cargo até 31 de janeiro de 1946. Sua gestão foi marcada principalmente por medidas que buscavam retomar a democracia no país.
Entre suas medidas econômicas, Linhares procurou conter a inflação. Logo adiante, através de eleição indireta, Eurico Gaspar Dutra foi indicado para o cargo de Presidente da República em dezembro de 1945, ocasião em que José Linhares voltaria ao exercício do cargo de presidente do STF entre 1951 e 1956. José Linhares encontrava-se hospedado no Palace Hotel de Caxambu quando de seu falecimento e foi sepultado na cidade do Rio de Janeiro.

29 de janeiro

1814 – Nascia em Aiuruoca o Dr. Manoel Joaquim Pereira de Magalhães, tendo-se formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1842, e iniciado suas atividades profissionais no sul de Minas Gerais, clinicando até o ano de 1902. Com a descoberta das águas minerais de Caxambu, dedicou-se ao estudo da Crenologia e é considerado o pioneiro no emprego das águas minerais para a cura de diversas doenças. O Dr. Manoel Joaquim foi um contemporâneo da formação do povoado das Águas Virtuosas de Baependi. Membro da Academia Imperial de Medicina, Manoel Joaquim também era músico e poeta. Casado em 1848 com Marianna Claudina de Magalhães Noronha, sua prima, foram pais de doze filhos entre os quais Ambrosina Elysa, que viria a ser esposa do Dr. Polycarpo Rodrigues Viotti. Manoel Joaquim faleceu em Baependi no dia 13 de outubro de 1902.