terça-feira, 29 de janeiro de 2013

COLUNA



EFEMÉRIDES CAXAMBUENSES

1º de fevereiro

1889 – Falecia em Ouro Preto o Dr. Silvestre Dias Ferraz Junior, nascido na cidade de Cristina, em 14 de abril de 1851, filho do coronel Silvestre Dias Ferraz e de Anna Leonízia Dias de Castro.
Iniciou seus estudos na própria cidade de Cristina e, aos onze anos de idade, a família transferiu-se para São João Del-Rey onde concluiu seus estudos secundários. Posteriormente, seguiu para o Rio de Janeiro e, em 1867, matriculou-se na Escola de Medicina daquela cidade, colando grau no ano de 1873.
Foi eleito deputado provincial, pela primeira vez, em 1876 e por sete biênios sucessivos representou o povo na Assembleia de Minas Gerais, sob a égide do Partido Liberal.
O Dr. Silvestre Ferraz, representante do sul de Minas Gerais nessa Assembleia, pugnou para que a estrada de ferro passasse por Carmo de Minas do Rio Verde, Cristina e Itajubá. Seu projeto, posto em discussão, foi aprovado.
As obras da Estrada de Ferro Sapucaí começaram no dia 23 de fevereiro de 1889: no final do ano de 1890 foi inaugurado o primeiro trecho, entre Soledade e Carmo de Minas; em 15 de março de 1891 foram inauguradas as Estações de Cristina e de Caxambu.
A estação ferroviária de Carmo do Rio Verde foi inaugurada em 15 de março de 1890, em terreno doado por Manoel Dias Ferraz e a diretoria da estrada de ferro deu-lhe, pioneiramente, o nome de Silvestre Ferraz; aliás, a Lei estadual nº 319, de 16 de setembro de 1901, criaria o município de Silvestre Ferraz, vindo, somente em 12 de dezembro de 1953, através da Lei nº 1.039, a ser mudada a denominação para Carmo de Minas.
Caxambu homenageou-o com o nome de uma rua no centro da cidade.

2005 - Criada pela Lei nº 1.696 a Escola de Música do Município de Caxambu.

3 de fevereiro

1903 – Faleceu na cidade do Rio de Janeiro Henrique Alexandre Monat, que nascera em Salvador no dia 6 de junho de 1855, filho de Henri Honoré Monat e de Flávia de Borja Castro Monat. Colou grau na Faculdade de Medicina em 1879 em Salvador e mudando-se logo em seguida para a cidade do Rio de Janeiro ali começou o exercício da profissão como preparador de Anatomia Descritiva da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em 1886 foi um dos fundadores da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Monat também foi membro da Academia Nacional de Medicina.
Casou-se com Maria del Carmen Nolle Torre Monat, na cidade de Santos e de cuja união nasceram três filhas.
Henrique Monat chegou a Caxambu no ano de 1894 e a sua obra-prima sobre a cidade – Caxambu - demonstra um conhecimento fantástico que detinha sobre as águas minerais, mesmo porque foi para estudá-las que se deslocou do Rio de Janeiro, vindo de trem, numa verdadeira aventura que foi em sua obra contada com detalhes.
Foi o grande predecessor daqueles que escreveram sobre Caxambu. Suas anotações sobre a cidade, sua gente, seus costumes e, principalmente, as propriedades curativas das águas minerais, serviram como pilares para outros que também deram a sua contribuição literária sobre esta belíssima cidade. Sua obra deveria ser um norte para os estudantes do município, pois ali estão os alicerces daquilo que somos hoje.
Relatou, com intensa emoção, as curas praticadas com o uso constante e correto desse ou daquele tipo de água que, diga-se de passagem, à época não eram tantas, ou melhor, ainda não tinham aflorado da forma como hoje as conhecemos. O Dr. Monat foi uma testemunha ocular na formação de Caxambu, relembrando passagens de personagens que escreveram a sua história: João Constantino, Manoel Joaquim, o conselheiro Mayrink, Teixeira Leal e tantos outros.

4 de fevereiro

1878 – Nasceu na cidade de Safed, região da Galiléia, Marcos Rozental, patriarca de uma das mais tradicionais famílias caxambuenses. Filho de Mario Rozental e de Judith Rozental, emigrou para o Brasil no ano de 1910, com uma estada na cidade do Rio de Janeiro onde, através de notícias de viajantes, tomou conhecimento de uma pequena cidade que recém se emancipara para além da Mantiqueira, com clima e águas salubres.
Viúvo, pai de três filhas menores, resolveu arriscar a sorte em uma nova empreitada: chegou a Caxambu e aqui conheceria uma nova esposa: Ana Maciel, filha de José Maciel, este nascido em Cruzília, e de Maria Vieira Rocha Maciel, natural de Soledade de Minas, quando esta ainda era distrito de Caxambu.
Sob as bênçãos do então pároco local, monsenhor João de Deus, Marcos e Ana casaram-se em 20 de outubro de 1923 e da união nasceram sete filhos: Mario, Rosa, Ruth, José, Isaac, Léa e Raquel, todos formando família na cidade de Caxambu.
Marcos possuía um conhecimento vasto sobre línguas, assim com o árabe, o hebraico e o ídiche. Aliás, Isaac Rozental , um dos seus filhos, lembra que seu pai fazia não só a leitura de cartas como também as escrevia para alguns cidadãos de origem árabe que residiam na cidade.
Marcos Rozental implantou em Caxambu, pioneiramente, o sistema de venda a prestação e encantou a cidade quando para aqui trouxe o primeiro gramofone, o qual reproduzia uma música intitulada “Cabocla do Caxangá”, razão pela qual ficou, posteriormente, conhecido como “senhor Caxangá”.
Marcos Rozental faleceu em Caxambu em 14 de julho de 1951 e Ana Maciel Rozental, aos 100 anos de idade, faleceria em 1998.