A NUTRIÇÃO E O CÉREBRO
Apesar
dos amplos estudos e dos avanços científicos, o funcionamento do cérebro humano
ainda precisa ser bastante estudado. Um dos mistérios remanescentes é a maneira
pela qual o próprio cérebro se controla. Ele é um órgão vital e, assim como
todos os órgãos, necessita de energia para exercer suas funções.
O
cérebro é responsável por grande parte das reações químicas que ocorrem no
organismo e algumas delas têm por objetivo tornar a energia dos alimentos
disponível para os diversos sistemas fisiológicos. Isso acontece após o
processo de digestão dos alimentos, tendo como resultado a produção de ATP
(trifosfato de adenosina) que é armazenado em todas as células e utilizado como
combustível para que as reações químicas necessárias ocorram.
A
energia gerada é necessária para ativar a atividade muscular, a secreção pelas
glândulas, a manutenção de potenciais de membrana nas fibras nervosas e
musculares, a síntese de substâncias intracelulares e a absorção dos alimentos
pelo trato gastrintestinal. O trato digestivo fornece ao organismo um
suprimento contínuo de água, eletrólitos, substâncias e nutrientes. Isso exige
movimentação do alimento ao longo do trato digestivo, secreção de sucos
digestivos e digestão do alimento, absorção dos produtos da digestão, de água e
dos vários eletrólitos, circulação de sangue pelos órgãos gastrintestinais e o
controle de todas essas funções é feito pelo sistema nervoso e hormonal.
Sem
uma fonte contínua de energia as células deixam de funcionar e morrem. Sabe-se
que o carboidrato é a melhor fonte energética e que um grama de carboidratos
fornece 4 kcal, sendo o produto final de sua desintegração, a glicose, molécula
simples que rapidamente fornece energia. Os carboidratos são essenciais para o
bom funcionamento do sistema nervoso central, uma vez que a glicose é o
principal combustível para o cérebro. É ela que irá manter a integridade
funcional dos tecidos nervosos. Os sintomas de uma redução moderada na glicose
sangüínea (hipoglicemia) incluem sensações de fraqueza, fome e vertigens. Uma
queda contínua e profunda pode causar dano cerebral irreversível. Assim como o
resto do organismo, o cérebro necessita de uma alimentação balanceada, com
cereais, frutas ricas em
vitamina C (laranja), legumes, carnes magras, leite desnatado
ou iogurte, e, principalmente, de carboidratos, como o pão. O cérebro tem 2% do
peso de uma pessoa, mas consome diariamente 30% das calorias ingeridas. Além de
ser energético, o carboidrato possui outras funções: são ativadores do
metabolismo das gorduras e poupa a queima de proteínas com finalidade
energética.
Entretanto,
se a quantidade de carboidratos é insuficiente devido a uma dieta inadequada ou
pelo excesso de exercícios, o corpo mobiliza as gorduras para o consumo
energético e ao esgotarem as reservas lipídicas, o organismo passa a utilizar a
proteína em maior quantidade como fonte de energia. Isso pode resultar no
acúmulo de substâncias ácidas (cetoácidos ou corpos cetônicos), que são
prejudiciais ao organismo, pois tornam o PH sanguíneo mais ácido. Por um
período prolongado pode ocorrer uma acidose metabólica, ausência de substrato
energético para funcionamento normal do cérebro, falência dos órgãos e até
morte.
Contato, dúvidas ou sugestões: Dra. Nathália P. Sab - Nutricionista
Consultório: Praça Nossa Senhora de Montserrat, 3 / Baependi – Minas Gerais
Tel: 35 9872 4366 e-mail: nathaliasab@gmail.com / Twitter: @NutriNathy