segunda-feira, 21 de abril de 2014

IMPRENSA OFICIAL LANÇA LIVRO COM MOMENTOS HISTÓRICOS DE MINAS GERAIS

Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, em sua missão originária de preservar a memória e a cultura do Estado lança, nos eventos comemorativos do 21 de abril, em Ouro Preto, o livro histórico “Liberdade, essência de Minas”. A obra é fundamentada em memoráveis instantes vividos pelo Estado, passando pela Inconfidência Mineira e Tiradentes; A Revolução Liberal e Teófilo Otoni; o lançamento do Manifesto dos Mineiros em 1943; os 30 anos do movimento das Diretas Já e os 25 anos da Constituição Mineira, de 1989. 
Para cada tema, o livro apresenta artigos assinados por especialistas, escritores e pesquisadores da história de Minas, além da reprodução, em fac-símile, do Manifesto dos Mineiros, e fotos históricas dos momentos ocorridos no Estado e seus principais personagens.
A histórica edição é fruto da parceria da Imprensa Oficial com o Governo de Minas GeraisSecretaria de Estado de Casa Civil, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais, Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Academia Mineira de Letras e Instituto dos Advogados de Minas Gerais. Criou-se um conselho editorial exclusivamente para cuidar da edição, sendo composto pelos historiadores e escritores Aristóteles Drummond, Bruno Terra Dias, Eugênio Ferraz, Marcos Paulo de Souza Miranda e Petrônio Souza Gonçalves.
Depoimentos
Para o governador Alberto Pinto Coelho, a obra assinala “a verdadeira vocação de Minas e seu compromisso inarredável com a liberdade e a democracia”. Segundo Alberto, o livro já é “um registro que revela para o Brasil o papel que o Estado sempre teve na construção da consciência e da memória nacional, dando ao país homens, ideias e efetivos ideais”.
Para o diretor-geral da Imprensa Oficial, Eugênio Ferraz, organizador da edição, “esse livro vem destacar a presença central que Minas exerceu nos momentos históricos mais importantes vividos pela nação, dando a exata dimensão da importância de Minas e dos mineiros para a história e a cultura nacional”.
Entre os muitos artigos, novas informações sobre a vida dos Inconfidentes e de personagens que fizeram a história de Minas e do Brasil, como a musa Maria Dorothea Joaquina de Seixas, que entrou para a literatura e história brasileira como Marília de Dirceu, considerada em texto do livro como grande musa nacional.
A obra apresenta tese sobre a imagem definitiva de Tiradentes, sem cabelos longos e sem barba. Outra revelação é a de que Tiradentes chegou a exercer a atividade de médico-legista, dado seu conhecimento de anatomia e medicina.  Muitos outros fatos são analisados no livro, como o possível assassinato de Cláudio Manoel da Costa no interior da Casa dos Contos, em Ouro Preto, e do acordo em torno do nome de Tomás Antônio Gonzaga para ser o presidente da nova República que se tornaria o Brasil, caso a Inconfidência saísse vitoriosa. Parte do material deste capítulo foi extraído da edição número 2 da Revista Memória Cult especial sobre a Inconfidência Mineira. 
A história da Revolução Liberal de Teófilo Otoni também ganha destaque e o Manifesto dos Mineiros é reeditado em fac-símile de sua versão datilografada. O movimento das “Diretas Já” ganha um capítulo inteiro, com fotos e textos reproduzindo o momento vivido pelos brasileiros. O capítulo dedicado aos 25 anos da Constituição Mineira de 1989 traz, na íntegra, o discurso proferido pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na época, deputado Kemil Kumaira, no dia em que foi homologada. Consta também, na obra, o fac-símile das assinaturas dos deputados mineiros na homologação da Constituição de 1989.
Encarte
O livro traz ainda um CD com o cantor e compositor Marcus Viana, interpretando canções alusivas a Minas Gerais. São quatro canções: o Hino Nacional, em um arranjo de sinfonia; Pátria Minas, de autoria do próprio Marcus Viana, em que declara seu amor ao seu Estado natal; a Canção do Herói, também de Marcus Viana, composta sob texto da escritora Ivanise Junqueira, considerada como um hino de exaltação a Tiradentes, além da tradicional música do cancioneiro popular, Oh, Minas Gerais, em nova roupagem, destacando a singeleza e a beleza da toada mineira.
A edição é entrecortada por frases e citações históricas, além de versos de Cecília Meirelles, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, entre outros autores que tiveram suas obras fundamentadas nos diversos períodos da historia mineira. Na apresentação da singular obra, a Imprensa Oficial assinala que “cultuando perenemente a Liberdade, essência de Minas, aqui nasceram vários movimentos, ações e reações marcantes na vida nacional, dentre as quais destacam-se a Inconfidência Mineira, de Tiradentes; a Revolução Liberal, de Teófilo Otoni; o Manifesto dos Mineiros, de lúcidos cidadãos; o movimento das Diretas já, cuja efetiva consolidação em Minas permitiu a irradiação e expansão por todo o Brasil”.
A edição dedica especial atenção à principal medalha instituída pelo Estado, com a publicação original do decreto no Minas Gerais instituindo a Medalha da Inconfidência, no governo de Juscelino Kubitschek, com fotos e imagens dos vários graus da Medalha e ainda a Comenda Teófilo Otoni, que é entregue em Teófilo Otoni e no Serro, alternadamente. Com 136  páginas, foi impresso em papel couchê, colorido, fartamente ilustrado, com capa dura branca e sobre-capa com imagens dos temas.
Os artigos
Em “A face de Tiradentes”, Hebert Sardinha Pinto apresenta a verdadeira face do Herói, sem cabelos e sem barbas. Em “Tiradentes: um resgate histórico necessário”, de Auro Aparecido Maia de Andrade, há um mergulho na vida do inconfidente, revelando as várias alcunhas pelas quais era conhecido, como “o Liberdade” e “o República”. O texto esmiúça, também, as várias atividades desenvolvidas por Tiradentes ao longo de sua vida.
O artigo “O triste destino dos Inconfidentes mineiros degredados para a África”, de Marcos Paulo de Souza Miranda, faz um detalhado relato do fim dos inconfidentes no exílio e da vida que eles levaram em terras estrangeiras. Em “Um novo olhar sobre Tomás Gonzaga”, Marcos Henrique Caldeira Brant aborda as várias facetas do poeta, destacando sua atividade dentro da magistratura.
“Cláudio Manoel da Costa e a Casa dos Contos”, de Eugênio Ferraz, em forma investigativa, esclarece as condições em que Cláudio Manoel da Costa permaneceu preso na Casa dos Contos, e de seu possível assassinato, como se fosse uma verdadeira queima de arquivo. Em “O primeiro rosto de um Inconfidente”, de Fernando Junqueira, é apresentado todo o procedimento para chegar à imagem final, por computador, do inconfidente José de Resende Costa, morto no exílio na África. O texto traz a imagem computadorizada em cores, e faz uma comparação com o retrato do trineto do Inconfidente, revelando grande semelhança entre eles.
“O repatriamento dos ossos dos Inconfidentes”, de Carmen Silvia Lemos, conta os procedimentos adotados pelo governo brasileiro para trazer para o Brasil os ossos dos inconfidentes mortos no degredo, sob a pena de terem participado da conjuração. “O presidente”, de Rui Mourão, revela detalhes do acordo, entre os inconfidentes, que levaria Tomás Antônio Gonzaga à presidência da nova República, caso a Inconfidência se sagrasse vencedora no movimento de 1789.
“A bandeira”, de Márcio Jardim, conta todo o processo de confecção de nossa bandeira e da escolha da velha frase em latim como lema, revelando também a sua origem. Em “Pela ‘piedade de Sua Majestade’”, Ricardo Arnaldo Malheiros Fiúza detalha a estratégia utilizada pelo advogado que defendeu os Inconfidentes no processo da Devassa, e sua perspicácia durante os interrogatórios e nos processos de defesa. “A Revolta dos Eclesiásticos”, de Fernando Junqueira, traz à luz as penas e o destino dos religiosos participantes do movimento de 1789, sendo degredados para Portugal e vivendo suas penas em clausura, além de escapar da pena de enforcamento por intervenção da rainha Dona Maria I.
“Um poeta no exílio”, de Adelton Gonçalves, esclarece a vida que Tomás Antonio Gonzaga levou em Moçambique, onde se casou com uma jovem de 19 anos de idade, filha de rico senhor africano.“Tiradentes no sertão”, de Márcio Vicente da Silveira Santos, relata as atividades do Alferes Tiradentes durante os anos em que esteve à frente do Quartel edificado em Sete Lagoas e de sua administração revolucionária naquela unidade militar.
“Abordagem sobre o Doutor Tiradentes”, de Christobaldo Motta de Almeida, revela que Tiradentes chegou a exercer a atividade de médico-legista, e que realizou exumações para solucionar crimes de assassinatos em Barbacena. Em “Rico e Revoltoso”, de André Figueiredo Rodrigues, se tem noção das várias posses do Alferes Tiradentes e da vastidão de terras que ele detinha na região central de Minas, chegando a explorar minas com grande produtividade na época.
“Logo após a Inconfidência, a Independência”, de Jorge Lasmar, traz um perfil nacional e de Minas durante o período colonial depois dos anos conturbados da Inconfidência Mineira, ficando por mais algumas décadas sob o total domínio Português. “Marília de Dirceu”, de Alexandre Sanchez Ibanez, faz uma abordagem da vida de Marília antes e depois de conhecer Tomás Antônio Gonzaga, analisando seu comportamento social e familiar e o total recato em que viveu até os últimos dias de sua vida, após a separação do poeta, indo falecer aos 85 anos, em Ouro Preto.
“Teófilo Otoni”, de José Anchieta da Silva, traz um perfil da personalidade do revoltoso mineiro, com sua liderança inata e seu idealismo. Anchieta elenca ainda os grandes feitos da vida pródiga de Teófilo Otoni em Minas e no Rio de Janeiro. “Teófilo Otoni em Santa Luzia”, de Marcos Henrique Caldeira Brant, dá detalhes da batalha de Teófilo Otoni em Santa Luzia, no ano de 1842, revelando ainda a sua prisão e o traslado para Ouro Preto, todo ele feito a pé, onde cumpriu a sua pena.
“Algumas pedras no meio do caminho”, de Petrônio Souza Gonçalves, revela a atual condição em que se encontra o local da última batalha da Revolução Liberal de 1842, que carece de maior atenção. Em “Diretas Já”, Bruno Terra Dias rememora todos os movimentos que envolveram as Diretas Já em Minas e no Brasil, e o processo político que culminou com a eleição de Tancredo Neves para presidente.
Em “25 anos da Constituição Mineira”, Bruno Terra Dias analisa ainda os avanços da cidadania na Constituição Mineira, fazendo um mergulho histórico nas outras Constituições do Estado.
E, para fechar, “O primeiro Chanceler da Medalha da Inconfidência”, de Aristóteles Drummond, revela todos os procedimentos adotados para a criação da Medalha da Inconfidência e da atuação do historiador Augusto de Lima Júnior, um de seus ideólogos e seu primeiro Chanceler.
Fonte: Agência Minas