Os principais candidatos ao governo de Minas Pimenta da
Veiga (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) dividem seus discursos entre a defesa dos
projetos próprios de seus partidos e a crítica de ações e políticas mantidas
pelos governos das legendas adversárias. A mistura do ataque com a defesa
dificulta a identificação da posição que os candidatos têm em relação aos
principais programas em execução no Estado. As propostas de continuidade,
adaptação ou extinção dos programas não estão claras nos discursos e nas
plataformas de governo.
Pimentel já fez críticas à educação, à falta de hospitais
regionais e à segurança no Estado. Questionado pela reportagem sobre qual seria
sua postura diante dos atuais programas da gestão tucana, disse que irá fazer
adequações no Poupança Jovem e no Caminhos de Minas que, segundo ele, são boas
iniciativas que não estão sendo bem gerenciadas.
“Boas ideias, como o Poupança Jovem, serão implementadas de
fato porque o que se tem hoje são programas-piloto. Sete anos depois de ter
sido anunciado, apenas nove dos 853 municípios mineiros são atendidos pelo
Poupança Jovem”, disse. A iniciativa, lançada em 2007, prevê o pagamento de R$
3 mil para os alunos da rede pública que concluem o ensino médio com bom
desempenho escolar.
O petista ainda comentou sobre o Caminho de Minas que,
segundo ele, não saiu do papel. “Dos 7.900 quilômetros de rodovias asfaltadas
prometidos há quatro anos, apenas 41 foram entregues, de acordo com o último
balanço da Secretaria de Transporte e Obras. Não se trata, portanto, de manter
programas, mas de implementa-los para melhorar a vida das mineiros”, afirmou o
petista.
Nos últimos dias, Pimenta direcionou as suas críticas ao
governo federal. Ele classificou como “jovens desconectados do mercado de
trabalho” a mão de obra formada pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec), criado pela presidente Dilma Rousseff , em 2011.
Segundo o tucano, o programa gera até mesmo frustração, uma
vez que preocupa-se mais com quantidade do que qualidade. O projeto foi citado
por ele duas vezes na última semana, depois de Pimentel ter dito que, em Minas,
o PSDB não construiu nenhuma escola técnica nos últimos 12 anos.
No recente repertório de Pimenta também figuraram ataques à
economia nacional. Nessa quarta, ele comentou sobre situação do setor
sucroalcooleiro no país. Ele atribuiu o fechamento de usinas e o desemprego no
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba à má administração da Petrobras.
“Ao destruírem a Petrobras, atingiram (governo federal) um
setor pelo qual tenho uma grande admiração. Assusta-me o que pode acontecer: já
se fala em 20%, 25% até 30% do aumento do preço da energia. O país não precisa
continuar nessa direção”, disse Pimenta.
Procurado para comentar sua postura, caso seja eleito,
diante dos atuais programas dos governos estadual e federal, a assessoria de
Pimenta disse que ele não falaria por telefone. Nessa quinta, os dois
candidatos cumpriram agendas internas.
Fonte: Jornal O Tempo