segunda-feira, 28 de julho de 2014

CANDIDATOS MISTURAM PROJETOS

Os principais candidatos ao governo de Minas Pimenta da Veiga (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) dividem seus discursos entre a defesa dos projetos próprios de seus partidos e a crítica de ações e políticas mantidas pelos governos das legendas adversárias. A mistura do ataque com a defesa dificulta a identificação da posição que os candidatos têm em relação aos principais programas em execução no Estado. As propostas de continuidade, adaptação ou extinção dos programas não estão claras nos discursos e nas plataformas de governo.
 Pimentel já fez críticas à educação, à falta de hospitais regionais e à segurança no Estado. Questionado pela reportagem sobre qual seria sua postura diante dos atuais programas da gestão tucana, disse que irá fazer adequações no Poupança Jovem e no Caminhos de Minas que, segundo ele, são boas iniciativas que não estão sendo bem gerenciadas.

“Boas ideias, como o Poupança Jovem, serão implementadas de fato porque o que se tem hoje são programas-piloto. Sete anos depois de ter sido anunciado, apenas nove dos 853 municípios mineiros são atendidos pelo Poupança Jovem”, disse. A iniciativa, lançada em 2007, prevê o pagamento de R$ 3 mil para os alunos da rede pública que concluem o ensino médio com bom desempenho escolar.
O petista ainda comentou sobre o Caminho de Minas que, segundo ele, não saiu do papel. “Dos 7.900 quilômetros de rodovias asfaltadas prometidos há quatro anos, apenas 41 foram entregues, de acordo com o último balanço da Secretaria de Transporte e Obras. Não se trata, portanto, de manter programas, mas de implementa-los para melhorar a vida das mineiros”, afirmou o petista.
Nos últimos dias, Pimenta direcionou as suas críticas ao governo federal. Ele classificou como “jovens desconectados do mercado de trabalho” a mão de obra formada pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pela presidente Dilma Rousseff , em 2011.
Segundo o tucano, o programa gera até mesmo frustração, uma vez que preocupa-se mais com quantidade do que qualidade. O projeto foi citado por ele duas vezes na última semana, depois de Pimentel ter dito que, em Minas, o PSDB não construiu nenhuma escola técnica nos últimos 12 anos.
No recente repertório de Pimenta também figuraram ataques à economia nacional. Nessa quarta, ele comentou sobre situação do setor sucroalcooleiro no país. Ele atribuiu o fechamento de usinas e o desemprego no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba à má administração da Petrobras.
“Ao destruírem a Petrobras, atingiram (governo federal) um setor pelo qual tenho uma grande admiração. Assusta-me o que pode acontecer: já se fala em 20%, 25% até 30% do aumento do preço da energia. O país não precisa continuar nessa direção”, disse Pimenta.
Procurado para comentar sua postura, caso seja eleito, diante dos atuais programas dos governos estadual e federal, a assessoria de Pimenta disse que ele não falaria por telefone. Nessa quinta, os dois candidatos cumpriram agendas internas.


Fonte: Jornal O Tempo