Pessoas que bebem de quatro a seis xícaras de café por dia
podem estar menos propensos a desenvolver esclerose múltipla, segundo pesquisa
internacional publicada esta semana.
"A ingestão de cafeína foi associada à redução dos
riscos das doenças de Parkinson e Alzheimer", afirmou a autora Ellen
Mowry, da Universidade Johns Hopkins de Medicina em Baltimore, Maryland.
"Nosso estudo demonstra que a ingestão de café pode
também proteger contra a esclerose múltipla, reforçando a ideia de que a
substância pode ter efeitos protetores para o cérebro", completou.
Um estudo americano e sueco - realizado antes da reunião
anual da Academia Americana de Neurologia, em Washington - compararam, cada um,
mais de 1.000 pacientes com esclerose múltipla com um número similar de pessoas
saudáveis.
Os cientistas rastrearam a quantidade de café que os
indivíduos com esclerose múltipla ingeriram um, cinco e dez anos antes de os
sintomas começarem a aparecer.
Depois de considerar outros fatores como idade, sexo,
tabagismo, índice de massa corporal e exposição ao sol, o estudo sueco
descobriu que "em comparação com as pessoas que bebiam pelo menos seis
xícaras de café por dia um ano antes de os sintomas aparecerem, aqueles que não
bebiam café mais de uma vez e meia por dia aumentaram os riscos de desenvolver
esclerose múltipla".
Efeitos protetores similares foram observados naqueles que
bebiam muito café entre cinco e dez anos antes dos sintomas aparecerem.
O estudo americano demonstrou que que "pessoas que não
beberam café seriam uma vez e meia mais propensas a desenvolver a doença do que
aquelas que beberam quatro ou mais xícaras de café por dia no ano anterior ao
aparecimento dos sintomas".
Mais estudos são necessários para determinar se a cafeína
presente no café tem algum impacto nos relapsos, incapacidades de longo prazo
relacionadas com a esclerose múltipla, uma doença incurável do sistema nervoso
central que afeta 2,3 milhões de pessoas no mundo.
O estudo foi realizado pelo Conselho de Pesquisa Médica
Sueco, pelo Instituto Nacional Americano de Distúrbios Neurológicos e Acidentes
Vasculares Cerebrais, pelo Instituto
Jornal O TEMPO