sábado, 28 de fevereiro de 2015

ENERGIA DO MINEIRO FICA 28,8% MAIS CARA A PARTIR DE SEGUNDA

A conta de luz dos mineiros vai subir, em média, 28,8% a partir de segunda-feira. Nesta sexta, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu uma tarifação extra para consumidores de 58 distribuidoras do país, incluindo a Cemig, para pagar uma salgada despesa: a soma de impactos da seca com a alta do preço de geração em Itaipu e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE, um encargo que garante subsídios para programas sociais, que cobre custos de térmicas, entre outras coisas). Assim, um aumento médio de 23,4% da energia no país foi aprovado.

No caso da Cemig, o reajuste médio foi de 28,8%, com a alta indo de 21,43%, no caso de consumidores residenciais, a 48,83%, para a indústria.

A alta é referente à Revisão Tarifaria Extraordinária (RTE), que foi aprovada nesta sexta pela Aneel para 58 das 64 distribuidoras do país. Em nota, a Aneel explicou que a CEA (AP) não solicitou a revisão; Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia e CERR (RR) não terão RTE por não participarem do rateio da (CDE) e por terem impacto limitado da compra de energia, pois estão no sistema isolado; e a Ampla (RJ) não passou pela RTE, pois seu processo tarifário será em 15 de março, quando todos os efeitos serão considerados.

A CDE foi o que mais pesou na conta. O custo total a ser rateado entre os consumidores passou de R$ 1,7 bilhão para R$ 22,06 bilhões em 2015. No ano passado, o Tesouro Nacional bancou parte da CDE, mas, neste ano, o consumidor arcará com tudo. Em nota, a Aneel explicou que os impactos da RTE são diferentes conforme a região do país. Para as concessionárias das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o impacto médio é de 28,7% e, para as distribuidoras do Norte e Nordeste, o impacto médio será de 5,5%. O menor reajuste será da Celpe (PE), 2,2%, e o maior, da AES Sul (RS), 39,5%, Essa diferença ocorre, principalmente, por causa da CDE e de Itaipu. As distribuidoras no Sul, Sudeste e Centro-Oeste pagam cota 4,5 vezes maior de CDE. Também são apenas essas empresas que são cotistas de Itaipu.

Bandeiras. Além do aumento extraordinário, a Aneel aprovou também a alta de 83% para a bandeira tarifária vermelha, que indica alta no custo da geração, e vigora no país inteiro desde janeiro. Em março, novamente, a bandeira será vermelha. Até neste domingo, o consumidor paga R$ 3 mais impostos para cada 100 Kwh consumidos. A partir de segunda-feira, a taxa passará a ser de R$ 5,50 para cada 100 Kwh consumidos.

O consumo médio de cada residência do país em 2013 (último dado disponível) foi de 163 Kwh. Com esse gasto, o consumidor pagaria R$ 8,965 por mês de bandeira vermelha, mais os impostos, que encarecem em 51% a tarifa. Com bandeira vermelha o ano todo, a arrecadação anual deve chegar a R$ 17 bilhões. Com a valor anterior, a arrecadação máxima seria de R$ 10,6 bilhões. 

Chuva
ONS. Os reservatórios da região SE/CO devem encerrar março com 27,1% da capacidade de armazenamento. Para evitar o racionamento, o volume tem que chegar a 35% no fim de abril.

Em abril tem mais reajustes

Apenas um mês depois de começar a arcar com o reajuste extraordinária e com as bandeiras mais caras, o consumidor mineiro terá outra alta na conta de luz: o reajuste anual da Cemig, que começa a vigorar sempre em 8 de abril. Esse percentual ainda não foi definido, mas é consenso entre os especialistas que a soma de todos os aumentos deste ano não será inferior a 40%.

A Cemig deve enviar até meados de março seu pedido de reajuste à Aneel, que avalia e decide na última semana de março ou nos primeiros dias de abril.


Jornal O TEMPO