As empresas do setor hoteleiro em Salvador - que inclui,
também, bares e restaurantes - devem começar a demitir pessoal nos próximos
meses, em razão da redução na ocupação do setor e aos reajustes praticados pelo
Governo Federal. A tendência foi anunciada, ontem, pelo presidente da
Febha-Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes da Bahia, Sílvio Pessoa.
Ele assegurou o quanto “a primeira medida para enxugar
custos é o corte de pessoal” e atribui a medida ao “período da baixa estação,
iniciada desde a quarta-feira de cinzas, e aos aumentos na tarifa de energia
elétrica, preços dos combustíveis e dos produtos que compõem o cardápio do café
da manhã”.
Pessoa disse que o empresariado, “mais que preocupado, está
com as mãos na cabeça frente ao cenário de dificuldades na economia do país e
diante da queda na rentabilidade do setor”. Segundo ele, “além da folha de
pessoal, insumos como água e energia são nossos principais custos e alcançam,
no mínimo, cerca de 10% das despesas fixas”, disse.
Para o presidente da Febha, a ocupação dos hotéis “está
abaixo dos 50%. Um equipamento de médio porte requer ocupação mínima de 60%
para pagar os custos, manter-se no ponto de equilíbrio”, disse. Dos 404 hotéis
de Salvador, 180 estão no Litoral Norte, compreendendo um total de 39 mil
leitos.
Em todo o estado, com 3.500 hotéis e 30 mil bares e
restaurantes, o setor proporciona 200 mil empregos diretos e 750 mil indiretos.
“Representamos 7,5% do PIB estadual, mais de 20% do PIB de Salvador e
recolhemos 37,5% de impostos diretos”, contabilizou. Sílvio Pessoa mencionou,
ainda, o fato de as companhias aéreas estarem reduzindo o preço das passagens
no afã de manter o volume de passageiros e destacou o quanto “viagens, turismo
e lazer são os setores mais sensíveis nas variações das conjunturas
econômicas”.
Agora, o que vemos, segundo Pessoa, é “o Governo tentando
fazer o empresariado pagar as contas do erro na política econômica e no
descontrole nos gastos públicos”. Para ele, a perspectiva de retomada do
movimento no setor hoteleiro somente deverá ocorrer em 2016. Este ano vamos ter
que administrar uma recessão brava e um “pibinho” negativo, afora os feriados
prolongados.
Fonte: Jornal Tribuna de Salvador