domingo, 28 de junho de 2015

ESTUDOS INDICAM QUE A CHINA PODE INVESTIR ATÉ US$ 15 BILHÕES EM MINAS GERAIS NESTE ANO

A maior produtora de guindastes do mundo, a chinesa Weihua Group, vai instalar sua primeira fábrica no Brasil no Vetor Norte da região metropolitana de Belo Horizonte. “No segundo semestre de 2015 eles já irão abrir um escritório na capital mineira, e as obras devem começar em 2016”, afirma o diretor da Câmara Chinesa de Comércio do Brasil (CCB), Fernando Soares Elias Mourad.
A China pode investir até US$ 15 bilhões em Minas Gerais no ano de 2015, segundo estudos desenvolvidos pela CCB. “Depois da vinda do primeiro-ministro, em maio, várias empresas chinesas, principalmente de infraestrutura, entraram em contato conosco”, diz Mourad.
O diretor ainda cita que empresas de engenharia chinesas têm demonstrado interesse em projetos de energia solar para o Estado. Segundo Mourad, também são avaliados investimentos na área de construção civil e de maquinários pesados.
Os investimentos neste ano, porém, serão menores do que em 2014, quando a China investiu US$ 23 bilhões só no Estado de Minas Gerais. Uma queda, portanto, de 34,7% no valor total recebido pelo Estado. “Já sabíamos que neste ano os investimentos seriam menores. Estamos trabalhando para chegar aos US$ 15 bilhões, mas não é uma meta que será fácil de ser atingida”, avalia.
O diretor acredita que a crise econômica que o país enfrenta é o principal dificultador para aumentar o investimento. “Na atual situação econômica, o Brasil é visto como um mercado de risco. Alguns investidores estão com o pé atrás. A grande exceção são as empresas ligadas a infraestrutura, porque elas entendem que a demanda é muito alta. Elas sabem que cedo ou tarde, de um jeito ou de outro, o Brasil precisará de estradas e portos, vias de escoamento de sua produção”, explica o diretor.
Para o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Rogério Bellini, atrair investimentos chineses é tão importante para o Estado quanto exportar para aquele país. Porém, ele afirma que o diferencial na hora de trazer as empresas não será benefício fiscal.
“Oferecer um benefício fiscal que se diferencie está difícil para qualquer Estado, seja Minas, Rio de Janeiro ou São Paulo. Por isso estamos investindo para fazer diferença em logística, mão de obra e infraestrutura”, afirma o secretário adjunto.
O diretor da CCB acredita que os investimentos voltarão a crescer em 2016. “O cenário para o ano que vem é muito melhor. Passando essa fase de ajustes e feita a estabilização da economia, o mercado brasileiro fica muito mais atrativo para os chineses”, conclui Mourad.
Entre os projetos que estão gerando interesse de investidores chineses, Mourad destaca a ferrovia bioceânica que ligará o Brasil ao Peru. Entre os 35 acordos feitos entre Brasil e China durante a visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em maio, ao Brasil, a ferrovia em parceria com a Vale foi uma das contempladas. Seu objetivo seria levar minério de ferro para a China sem a necessidade de contornar o continente pelo sul ou pelo norte.

Investimento
Em boa hora. A visita do primeiro-ministro chinês ao Brasil rendeu 35 acordos entre os países e a criação de um fundo de financiamento para infraestrutura de US$ 53 bilhões.


Jornal O TEMPO