quinta-feira, 16 de abril de 2009

DENGUE CRESCE 46,75% EM MINAS E DEIXA 16 MUNICÍPIOS EM ALERTA

Apesar de os números de infestação do mosquito que transmitem a dengue terem reduzido neste mês em relação a janeiro, 16 dos 21 municípios que já entregaram os dados do Levantamento de Índice Rápido do Aedes (Lira), estão em situação de alerta, como informa a Secretaria Estadual de Saúde (SES). A cidade de Ituiutaba, no Pontal do Triângulo, já corre o risco de surto da doença.Até o momento, em Minas Gerais foram confirmados nesse ano 31.289 casos de dengue. Apenas nos três primeiros meses, 28.587 pessoas tiveram diagnóstico confirmado da doença, número 46,75% maior do que o do primeiro trimestre de 2008, até então recorde. Em todo o Estado, em 2009, foram confirmados 21 casos de dengue hemorrágico. Restam ainda seis casos suspeitos. Para a Secretaria de Saúde, alguns fatores ajudam a explicar o motivo do aumento dos casos de dengue no Estado. “A gente teve um atraso no início das chuvas e até agora, no mês de abril, ela ainda continua. Isso não acontecia nos anos anteriores e favorece o aumento dos criadouros”, disse a coordenadora estadual do Centro de Zoonoses, Thalita Chamone, que ainda espera que surjam novos casos de dengue em abril. Segundo Chamone, a principal preocupação está em conscientizar a comunidade sobre a importância do combate ao vetor do vírus da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Isso porque, hoje, criadouros como jarra de plantas e utensílios de animais domésticos são grandes focos. “O Lira demonstrou que os principais focos encontram-se atualmente dentro dos domicílios e, nesses casos, a população tem que agir como parceira para o combate à doença”, completou. No entanto, existem também outros fatores que contribuíram para o aumento da incidência da dengue em Minas Gerais. Um deles é a descontinuidade e até interrupção das campanhas de combate ao vetor, em função da sucessão dos governos municipais. A cidade de Belo Horizonte é a que apresenta o maior número de doentes, porém, não é o município que apresenta maior incidência. Essa liderança continua sob o controle de Inimutada, na Região Central de Minas Gerais. Outro fator é a circulação concomitante de três sorotipos da dengue - I, II, III, de acordo com nota da Secretaria Estadual da Saúde, “a Funed comprovou a transmissão por diferentes sorotipos no Estado, por meio dos exames de isolamento viral: DEN-2 e DEN-3 no final de 2008; DEN-1 e DEN-2 no início de 2009. A predominância do DEN-2 neste momento em Minas Gerais propicia o aumento da transmissão de dengue e a ocorrência de maior número de casos na forma grave”. “Um indivíduo terá imunidade permanente contra o tipo de vírus que o contaminou e imunidade temporária contra os outros tipos. No entanto, infecções de dengue sucessivas podem levar ao desenvolvimento de forma da doença mais graves”, completou Thalita Chamone. Segundo a coordenadora do Centro de Zooneses, dos 27 municípios que fazem o Levantamento de Índice Rápido do Aedes (Lira), cinco ainda não enviaram os resultados e outros quatro - Contagem, Nova Lima, Santa Luzia e Teófilo Otoni - têm índice de infestação menor do que 1%, o que é recomendado. Dentre as cidades que devem ficar em alerta quando ao aumento de focos dos mosquitos Aedes aegypti estão Belo Horizonte, Betim, Brumadinho, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Itabira, juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Sabará, Timóteo, Uberaba, Uberlândia e Vespasiano. Esses municípios apresentaram índice de infestação entre 1 e 3,9%. Ituiutaba, com o lira de 4,7%, tem risco de surto de dengue. Nenhuma cidade do Sul de Minas corre o risco de surto de dengue.