Brasília – As duas principais candidaturas presidenciais podem consumir, juntas, quase R$ 1 bilhão até outubro. A estimativa de tesoureiros e coordenadores é de que as eleições de 2010 sejam as mais vitaminadas da história brasileira. Somente os recursos destinados diretamente às campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) somariam cerca de R$ 500 milhões. Outros R$ 500 milhões seriam repassados aos estados e ao DF para candidaturas majoritárias que garantam palanques aos dois principais postulantes ao Planalto. Para ter alguma chance de vitória, o patamar mínimo de gastos seria de, pelo menos, R$ 100 milhões, valor almejado pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE).
Pela previsão dos partidos, a conta final de PSDB e PT nas eleições de outubro sairá, pelo menos, R$ 170 milhões mais cara do que a de 2006. Para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os petistas gastaram R$ 168 milhões. A candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin custou aos cofres tucanos R$ 161 milhões. Os outros candidatos, somados, apresentaram números mais tímidos, de R$ 2,6 milhões, sendo que apenas Cristovam Buarque foi responsável por R$ 1,7 milhão.
As maiores cifras previstas para outubro serão utilizadas em televisão. Dilma e Serra estudam utilizar cerca de R$ 50 milhões, cada um, para tentar convencer o eleitorado pelo horário eleitoral. A produção petista ficará a cargo de João Santana, o mesmo da reeleição de Lula, em 2006, e autor dos últimos vídeos publicitários da legenda. Os tucanos também investirão no mesmo marqueteiro utilizado por Alckmin em 2006, Luiz González. Somente com o aluguel de um jato particular, a estimativa de gastos é de até R$ 3,5 milhões por mês. Cada candidato terá, pelo menos, um veículo à disposição.
O dinheiro gasto nas duas campanhas também servirá para coordenar os trabalhos em comitês regionais. A campanha de Dilma terá um responsável por estado e no Distrito Federal, subordinados ao coordenador nacional. O comitê central ainda não foi definido, mas deve ser instalado em um prédio no Setor Comercial Sul. "A campanha nos estados tem interação com a eleição para governador e as estruturas acabam se somando, mas teremos um coordenador político responsável por essa interação", antecipou o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
A estrutura da campanha à Presidência dos tucanos terá oito coordenadores regionais, distribuídos pelo país. Cada centro de comando ficará responsável por cerca de três estados. Maior colégio eleitoral do país, São Paulo terá um escritório próprio, responsável por coordenar também as ações no Rio de Janeiro. O quartel-general será instalado no DF. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admite que o orçamento será maior do que o utilizado em 2006, mas trabalha com um teto de até R$ 200 milhões. "Nossa última campanha gastou cerca de R$ 80 milhões (fora os repasses do comitê nacional). Certamente passaremos de R$ 100 milhões nessa campanha, mas acredito que R$ 200 milhões seja um valor superestimado", avaliou.
Os tesoureiros responsáveis por controlar o caixa de campanha até outubro ainda não foram definidos pelos dois partidos. Os tucanos trabalham com os ex-deputados federais fluminenses Ronaldo Cézar Coelho e Márcio Fortes. O cofre da candidatura petista ainda não tem um dono definido. O atual tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, foi descartado pelo envolvimento recente em denúncias de gestão fraudulenta, no período em que foi diretor da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).
Estados
Nos estados menores, uma campanha para governador deve ser orçada em valores de até R$ 10 milhões. Nos maiores colégio eleitorais do país, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, as principais candidaturas consumirão valores que devem ultrapassar os R$ 30 milhões. Há quatro anos, a reeleição de José Serra ao governo de São Paulo registrou gastos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de R$ 52,6 milhões.
Partidos sem conta serão punidos
O ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), garantiu ontem punição aos partidos políticos que desrespeitarem a determinação de abrir uma conta corrente exclusiva para receber dinheiro arrecadado pelos comitês de campanha. Conforme resolução do TSE, os partidos somente poderão distribuir recursos recebidos de pessoas físicas e jurídicas se discriminarem a origem e o destino do dinheiro. A legenda que infringir a determinação do TSE, segundo Versiani, terá suas contas eleitorais desaprovadas e, consequentemente, a decretação da suspensão dos repasses do fundo partidário. O ministro esteve ontem em Belo Horizonte, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), onde foi realizado um seminário sobre direito eleitoral.
A resolução do TSE foi aprovada em março e já vale para a eleição de outubro. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o TSE não têm a relação de partidos que abriram conta corrente específica. A justificativa é de que esse dado só virá à tona quando as legendas apresentarem a prestação de contas de campanha. “Os partidos políticos que desejarem arrecadar e doar recursos para campanha deverão ter cumprido aquele prazo que nós estipulamos pela nossa instrução de abrir uma conta específica. Agora, se o partido não cumpriu a exigência e lançar em suas contas anuais ou mesmo no encerramento da campanha algum recurso que tenha sido arrecadado ou gasto na eleição sem a abertura da conta específica, a tendência é a desaprovação dessa conta”, explicou o ministro.
Sobre esse tema, o ministro disse também que o TSE poderá analisar separadamente a situação dos partidos que ainda não abriram conta específica para movimentar dinheiro de campanha até a data estipulada. “Se por acaso surgir algum partido que venha a abrir essa conta mesmo após o prazo talvez a Justiça Eleitoral possa verificar essa situação”, disse.
Fonte: UAI
Pela previsão dos partidos, a conta final de PSDB e PT nas eleições de outubro sairá, pelo menos, R$ 170 milhões mais cara do que a de 2006. Para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os petistas gastaram R$ 168 milhões. A candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin custou aos cofres tucanos R$ 161 milhões. Os outros candidatos, somados, apresentaram números mais tímidos, de R$ 2,6 milhões, sendo que apenas Cristovam Buarque foi responsável por R$ 1,7 milhão.
As maiores cifras previstas para outubro serão utilizadas em televisão. Dilma e Serra estudam utilizar cerca de R$ 50 milhões, cada um, para tentar convencer o eleitorado pelo horário eleitoral. A produção petista ficará a cargo de João Santana, o mesmo da reeleição de Lula, em 2006, e autor dos últimos vídeos publicitários da legenda. Os tucanos também investirão no mesmo marqueteiro utilizado por Alckmin em 2006, Luiz González. Somente com o aluguel de um jato particular, a estimativa de gastos é de até R$ 3,5 milhões por mês. Cada candidato terá, pelo menos, um veículo à disposição.
O dinheiro gasto nas duas campanhas também servirá para coordenar os trabalhos em comitês regionais. A campanha de Dilma terá um responsável por estado e no Distrito Federal, subordinados ao coordenador nacional. O comitê central ainda não foi definido, mas deve ser instalado em um prédio no Setor Comercial Sul. "A campanha nos estados tem interação com a eleição para governador e as estruturas acabam se somando, mas teremos um coordenador político responsável por essa interação", antecipou o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
A estrutura da campanha à Presidência dos tucanos terá oito coordenadores regionais, distribuídos pelo país. Cada centro de comando ficará responsável por cerca de três estados. Maior colégio eleitoral do país, São Paulo terá um escritório próprio, responsável por coordenar também as ações no Rio de Janeiro. O quartel-general será instalado no DF. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admite que o orçamento será maior do que o utilizado em 2006, mas trabalha com um teto de até R$ 200 milhões. "Nossa última campanha gastou cerca de R$ 80 milhões (fora os repasses do comitê nacional). Certamente passaremos de R$ 100 milhões nessa campanha, mas acredito que R$ 200 milhões seja um valor superestimado", avaliou.
Os tesoureiros responsáveis por controlar o caixa de campanha até outubro ainda não foram definidos pelos dois partidos. Os tucanos trabalham com os ex-deputados federais fluminenses Ronaldo Cézar Coelho e Márcio Fortes. O cofre da candidatura petista ainda não tem um dono definido. O atual tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, foi descartado pelo envolvimento recente em denúncias de gestão fraudulenta, no período em que foi diretor da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).
Estados
Nos estados menores, uma campanha para governador deve ser orçada em valores de até R$ 10 milhões. Nos maiores colégio eleitorais do país, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, as principais candidaturas consumirão valores que devem ultrapassar os R$ 30 milhões. Há quatro anos, a reeleição de José Serra ao governo de São Paulo registrou gastos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de R$ 52,6 milhões.
Partidos sem conta serão punidos
O ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), garantiu ontem punição aos partidos políticos que desrespeitarem a determinação de abrir uma conta corrente exclusiva para receber dinheiro arrecadado pelos comitês de campanha. Conforme resolução do TSE, os partidos somente poderão distribuir recursos recebidos de pessoas físicas e jurídicas se discriminarem a origem e o destino do dinheiro. A legenda que infringir a determinação do TSE, segundo Versiani, terá suas contas eleitorais desaprovadas e, consequentemente, a decretação da suspensão dos repasses do fundo partidário. O ministro esteve ontem em Belo Horizonte, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), onde foi realizado um seminário sobre direito eleitoral.
A resolução do TSE foi aprovada em março e já vale para a eleição de outubro. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o TSE não têm a relação de partidos que abriram conta corrente específica. A justificativa é de que esse dado só virá à tona quando as legendas apresentarem a prestação de contas de campanha. “Os partidos políticos que desejarem arrecadar e doar recursos para campanha deverão ter cumprido aquele prazo que nós estipulamos pela nossa instrução de abrir uma conta específica. Agora, se o partido não cumpriu a exigência e lançar em suas contas anuais ou mesmo no encerramento da campanha algum recurso que tenha sido arrecadado ou gasto na eleição sem a abertura da conta específica, a tendência é a desaprovação dessa conta”, explicou o ministro.
Sobre esse tema, o ministro disse também que o TSE poderá analisar separadamente a situação dos partidos que ainda não abriram conta específica para movimentar dinheiro de campanha até a data estipulada. “Se por acaso surgir algum partido que venha a abrir essa conta mesmo após o prazo talvez a Justiça Eleitoral possa verificar essa situação”, disse.
Fonte: UAI