Em "O Pianista no Bordel" (Editora Objetiva, 2010), o ex-diretor-fundador do jornal espanhol "El País" Juan Luis Cebrián agrupa uma coletânea de ensaios sobre o ofício da profissão de jornalista, nos quais recupera personagens e momentos históricos de seu país.
O veículo começou a circular em 1976, e três décadas depois Cebrián já havia atrelado sua carreira à sociedade democrática.
No trecho abaixo extraído do livro, Cebrián defende que o caso Watergate "é símbolo da independência da imprensa diante do poder político e um lembrete do papel que compete aos jornais numa democracia: revelar corrupções e manobras sujas".
Segundo ele, a partir desse fato histórico, o jornalismo cunhou-se como um "contrapoder". Ou melhor, um poder que requer compromissos e princípios. Cebrián esclarece as nove normas --que, segundo ele, poderiam se resumir à verdade e à independência-- que guiam a condição de jornalista. Não cumpri-las, equivale a desertar da própria profissão.
Sua experiência, recolhida em livro2 de leitura obrigatória para os que se interessam pelo assunto, destaca que o jornalismo de hoje, incluídas as transformações propiciadas pela internet, continua a ter alguns princípios básicos que não somente o identificam como profissão, mas também constituem um compromisso daqueles que o exercem. Afastar-se deles equivale a desertar da própria condição de jornalista. Estas normas foram reunidas em nove pontos que não resisto a reproduzir aqui:
1. A primeira obrigação do jornalismo é a verdade.
2. Sua primeira lealdade é para com os cidadãos.
3. Sua essência é a disciplina da verificação.
4. Seus profissionais devem ser independentes dos fatos e das pessoas sobre os quais informam.
5. Deve servir como um fiscalizador independente do poder.
6. Deve oferecer-se como tribuna para as críticas públicas e para o compromisso.
7. Deve se esforçar para fazer do que é importante algo de interessante e oportuno.
8. Deve seguir as notícias de forma ao mesmo tempo exaustiva e proporcional.
9. Seus profissionais devem ter direito a trabalhar conforme lhes dita a consciência.
Seria difícil dizer mais sobre os direitos e deveres do jornalismo profissional em nossos dias, em tão poucas frases. Claro que estes nove mandamentos se resumem facilmente em dois, pois desde as tábuas de Moisés não existe um decálogo que não seja passível disso: o jornalismo deve ser fidedigno e independente.
Fonte: Folha On line
O veículo começou a circular em 1976, e três décadas depois Cebrián já havia atrelado sua carreira à sociedade democrática.
No trecho abaixo extraído do livro, Cebrián defende que o caso Watergate "é símbolo da independência da imprensa diante do poder político e um lembrete do papel que compete aos jornais numa democracia: revelar corrupções e manobras sujas".
Segundo ele, a partir desse fato histórico, o jornalismo cunhou-se como um "contrapoder". Ou melhor, um poder que requer compromissos e princípios. Cebrián esclarece as nove normas --que, segundo ele, poderiam se resumir à verdade e à independência-- que guiam a condição de jornalista. Não cumpri-las, equivale a desertar da própria profissão.
Sua experiência, recolhida em livro2 de leitura obrigatória para os que se interessam pelo assunto, destaca que o jornalismo de hoje, incluídas as transformações propiciadas pela internet, continua a ter alguns princípios básicos que não somente o identificam como profissão, mas também constituem um compromisso daqueles que o exercem. Afastar-se deles equivale a desertar da própria condição de jornalista. Estas normas foram reunidas em nove pontos que não resisto a reproduzir aqui:
1. A primeira obrigação do jornalismo é a verdade.
2. Sua primeira lealdade é para com os cidadãos.
3. Sua essência é a disciplina da verificação.
4. Seus profissionais devem ser independentes dos fatos e das pessoas sobre os quais informam.
5. Deve servir como um fiscalizador independente do poder.
6. Deve oferecer-se como tribuna para as críticas públicas e para o compromisso.
7. Deve se esforçar para fazer do que é importante algo de interessante e oportuno.
8. Deve seguir as notícias de forma ao mesmo tempo exaustiva e proporcional.
9. Seus profissionais devem ter direito a trabalhar conforme lhes dita a consciência.
Seria difícil dizer mais sobre os direitos e deveres do jornalismo profissional em nossos dias, em tão poucas frases. Claro que estes nove mandamentos se resumem facilmente em dois, pois desde as tábuas de Moisés não existe um decálogo que não seja passível disso: o jornalismo deve ser fidedigno e independente.
Fonte: Folha On line