Baependi
Em 1692, a bandeira escravista de Antonio Delgado da Veiga e de seu filho João da Veiga saiu de Taubaté, alcançou a Mantiqueira pela garganta do Embaú, chegou à região de confluência do rio Capivari com o Verde, dando ao local o nome de Pouso Alto, seguiu para um outro afluente do rio Verde, em direção nordeste, a que os bandeirantes chamaram de Baependi. Naquela mesma região, andou em meados de 1693 outra bandeira, esta mineradora, que em seu roteiro tinha gravado: “...e em um destes montes que se chama Baependi se suspeita haver ouro em abundância pela informação que deixaram os índios da região...”, conforme anotado nos “Esboços chorograficos – Baependy (1692-1882), na Revista IV, de 1899, do Arquivo Público Mineiro.
O arraial de Baependi, antiga paróquia de Nossa Senhora do Montserrat, de criação anterior a 1745, foi elevado à categoria de vila pelo Alvará de 19 de julho de 1814, com a denominação de Santa Maria do Baependi, desmembrado do município de Campanha. Sua igreja matriz é consagrada à Santa Maria e data de 1723.
Recebeu o título de marquesado em 1826, em favor de Manoel Jacintho Nogueira da Gama (1765-1847), grande proprietário de terras naquela região, que era visconde do mesmo título desde 1825 e adquiriu o de marquês por decreto de 12 de outubro de 1826.
Sob a tutela de Baependi, em 1839, foi criada a paróquia de Santana do Capivari e em 1840 o distrito de São Tomé das Letras, o qual perdeu em 1841 para Lavras e o readquiriu por Lei nº 239, de 30 de novembro de 1842. Em 1854 o distrito de Santo Antonio do Monte, também pertencente a Baependi, foi elevado à condição de paróquia.
Em 1854 foi criado o distrito de Passa Quatro, por força da Lei nº 693, de 24 de maio e em 1868 o de Pouso Alto, pela Lei n¬º 1520, de 20 de julho. Em 1870 perdeu o distrito de Santo Antonio do Monte.
Ainda em 1870, através da Lei nº 1659, de 14 de novembro, é criada a paróquia de São José do Picu (atual Itamonte) e em 1873 o distrito de São Sebastião da Encruzilhada (atual Cruzília).
Perdeu em 1874 as paróquias de Pouso Alto, São José do Picu e Passa Quatro.
Em 1875 foi criada a paróquia de Caxambu e em 1893 o distrito de Soledade, os quais o município de Baependi perderia em 1901.
Perdeu em 1948 o distrito de Encruzilhada e em 1962 o de São Tomé das Letras.
O Termo de Baependi era célebre pelo excelente tabaco que ali crescia. Tinha como mais significativo arraial o de Pouso Alto que, sob sua autoridade, em 1840, alcançava os povoamentos de Capivari do Picu, a 3 ½ léguas da paróquia com 48 fogos (casas) e 308 almas; Quilombo e Picu, distante 10 léguas37 da cabeça do termo e 4 da paróquia. Tinha, na ocasião, 304 almas.
Conforme antes mencionado, nas terras de Baependi, apresando indígenas, já haviam estado os paulistas de Taubaté, Antonio Delgado da Veiga e seu filho João da Veiga, sendo de supor que, de acordo com Mario Leite, autor da obra “Paulistas e mineiros, plantadores de cidades”, “foram também batidas por Jacques Felix, o fundador de Taubaté, nas suas incursões além do maciço dominante da Mantiqueira, nos sertões das Gerais. Muito possivelmente, também nos sítios de Baependi ter-se-ia verificado a passagem da bandeira esmeraldina”. O filho deste último, de idêntico nome, teria passado pela região por volta de 1646, encarregado que fora pelo então governador do Rio de Janeiro, Duarte Corrêa Vasqueanes, a se internar no sertão em busca de ouro, o que o coloca, segundo a tradição oral, também na posição de um dos pioneiros das terras de Passa Quatro e de Itanhandu.
A título de informação historiográfica, anotamos que o Dr. José Alberto Pelucio, ilustre baependiense, traçou uma história completa de Baependi.
Baependi é conhecida como a “Cidade Presépio” e tem, atualmente, como principais atividades a agropecuária, o artesanato de bambu e palha, além da fabricação de doces e licores caseiros.
* Historiador e Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais
Em 1692, a bandeira escravista de Antonio Delgado da Veiga e de seu filho João da Veiga saiu de Taubaté, alcançou a Mantiqueira pela garganta do Embaú, chegou à região de confluência do rio Capivari com o Verde, dando ao local o nome de Pouso Alto, seguiu para um outro afluente do rio Verde, em direção nordeste, a que os bandeirantes chamaram de Baependi. Naquela mesma região, andou em meados de 1693 outra bandeira, esta mineradora, que em seu roteiro tinha gravado: “...e em um destes montes que se chama Baependi se suspeita haver ouro em abundância pela informação que deixaram os índios da região...”, conforme anotado nos “Esboços chorograficos – Baependy (1692-1882), na Revista IV, de 1899, do Arquivo Público Mineiro.
O arraial de Baependi, antiga paróquia de Nossa Senhora do Montserrat, de criação anterior a 1745, foi elevado à categoria de vila pelo Alvará de 19 de julho de 1814, com a denominação de Santa Maria do Baependi, desmembrado do município de Campanha. Sua igreja matriz é consagrada à Santa Maria e data de 1723.
Recebeu o título de marquesado em 1826, em favor de Manoel Jacintho Nogueira da Gama (1765-1847), grande proprietário de terras naquela região, que era visconde do mesmo título desde 1825 e adquiriu o de marquês por decreto de 12 de outubro de 1826.
Sob a tutela de Baependi, em 1839, foi criada a paróquia de Santana do Capivari e em 1840 o distrito de São Tomé das Letras, o qual perdeu em 1841 para Lavras e o readquiriu por Lei nº 239, de 30 de novembro de 1842. Em 1854 o distrito de Santo Antonio do Monte, também pertencente a Baependi, foi elevado à condição de paróquia.
Em 1854 foi criado o distrito de Passa Quatro, por força da Lei nº 693, de 24 de maio e em 1868 o de Pouso Alto, pela Lei n¬º 1520, de 20 de julho. Em 1870 perdeu o distrito de Santo Antonio do Monte.
Ainda em 1870, através da Lei nº 1659, de 14 de novembro, é criada a paróquia de São José do Picu (atual Itamonte) e em 1873 o distrito de São Sebastião da Encruzilhada (atual Cruzília).
Perdeu em 1874 as paróquias de Pouso Alto, São José do Picu e Passa Quatro.
Em 1875 foi criada a paróquia de Caxambu e em 1893 o distrito de Soledade, os quais o município de Baependi perderia em 1901.
Perdeu em 1948 o distrito de Encruzilhada e em 1962 o de São Tomé das Letras.
O Termo de Baependi era célebre pelo excelente tabaco que ali crescia. Tinha como mais significativo arraial o de Pouso Alto que, sob sua autoridade, em 1840, alcançava os povoamentos de Capivari do Picu, a 3 ½ léguas da paróquia com 48 fogos (casas) e 308 almas; Quilombo e Picu, distante 10 léguas37 da cabeça do termo e 4 da paróquia. Tinha, na ocasião, 304 almas.
Conforme antes mencionado, nas terras de Baependi, apresando indígenas, já haviam estado os paulistas de Taubaté, Antonio Delgado da Veiga e seu filho João da Veiga, sendo de supor que, de acordo com Mario Leite, autor da obra “Paulistas e mineiros, plantadores de cidades”, “foram também batidas por Jacques Felix, o fundador de Taubaté, nas suas incursões além do maciço dominante da Mantiqueira, nos sertões das Gerais. Muito possivelmente, também nos sítios de Baependi ter-se-ia verificado a passagem da bandeira esmeraldina”. O filho deste último, de idêntico nome, teria passado pela região por volta de 1646, encarregado que fora pelo então governador do Rio de Janeiro, Duarte Corrêa Vasqueanes, a se internar no sertão em busca de ouro, o que o coloca, segundo a tradição oral, também na posição de um dos pioneiros das terras de Passa Quatro e de Itanhandu.
A título de informação historiográfica, anotamos que o Dr. José Alberto Pelucio, ilustre baependiense, traçou uma história completa de Baependi.
Baependi é conhecida como a “Cidade Presépio” e tem, atualmente, como principais atividades a agropecuária, o artesanato de bambu e palha, além da fabricação de doces e licores caseiros.
* Historiador e Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais