domingo, 27 de fevereiro de 2011

COLUNA


Até que a vida os separe


Tem a morte o poder de nos separar de quem verdadeiramente amamos? É este o marco que nos separa, que nos deixa sem a outra pessoa? Não acredito.
O amor nos une, por todo o sempre, àqueles que se foram. A morte não tem o condão de separar-nos daqueles que trazemos ao peito. Portanto, até que a morte os separe é página virada, nada mais que cena de novela.
Richard Bach, em seu livro “Longe é um lugar que não existe”, nos questiona a este respeito “Podem os quilômetros separar-nos realmente dos amigos? Se você quer estar com alguém a quem ama, já não está lá?” Assim, pergunto eu: pode a morte separar-nos realmente? Claro que não, respondo e acredito.
Mas e a vida? Em todos os seus caminhos e contornos, vielas, desvios, atalhos, becos, estradas, riachos e mares! Toda correria, trabalho, obrigações, os prazeres, os deveres, direitos, as desculpas, surpresas, percalços, a fortuna, justificativas, a pobreza, os compromissos, noites de lua, dias de sol... estes sim podem separar-nos,  em vida, de pessoas que verdadeiramente amamos. Força insana é esta então, maior até mesmo que a própria morte.
Existem ainda os que defendem uma espécie de boas intenções à distância, uma espécie de curso por correspondência (para os que viveram essa época). Não entro no mérito, muitos se locupletam desta via (pasme).
Portanto, avante (até que a vida, essa sim, nos separe).