terça-feira, 11 de outubro de 2011

COLUNA

.Ruas de Caxambu

Imperatriz Leopoldina


Localizada no Centro da cidade, a rua Imperatriz Leopoldina homenageia uma figura importante na História do Brasil: D. Maria Leopoldina Josefa Carolina, da dinastia dos Habsburgos, que nasceu em 22 de janeiro de 1797, em Viena, e faleceu em 11 de dezembro de 1826, no Rio de Janeiro. Importante incentivadora da expedição científica austríaca que viria ao Brasil no limiar do século XIX, a arquiduquesa embarcou, em Florença, no dia 13 de agosto no navio Almirante João VI, que zarpou no dia 15 de agosto às 6h30m, chegando às 17h do dia 4 de novembro na cidade do Rio de Janeiro. D. Leopoldina somente desembarcou no dia 5.



D. Leopoldina gostava de botânica, aprendeu a língua portuguesa com facilidade e casou-se, por procuração, com D. Pedro, no dia 13 de maio de 1817, em Viena. Embarcou para o Brasil trazendo uma comitiva razoável de cientistas, artistas e naturalistas. Essa expedição, concebida por seu pai, o imperador Francisco I, em 1816, deveria percorrer áreas ainda inexploradas do território brasileiro, coletando peças para museus, jardins botânicos e jardins zoológicos da capital austríaca. Essa expedição científica e o Museu do Brasil em Viena reforçaram as relações culturais entre o Brasil e a Áustria no século XIX.

D. Leopoldina rapidamente se adaptou aos costumes do Brasil e influenciou sobremodo a independência nacional. O dever foi o princípio básico adotado por ela para construir sua vida no Brasil, pois era seu dever, como mulher de D. Pedro, permanecer ao seu lado em todos os momentos e, por diversas vezes, sua forte personalidade, segundo seus biógrafos, marcou a política brasileira: atuou decisivamente na demissão do almirante inglês Beresford, que procurava dominar a administração de D. João VI; foi figura importante no momento do “Fico”, quando o príncipe regente desafiou as Cortes Portuguesas que pretendiam “recolonizar” o Brasil e, o mais emblemático gesto, a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, que contou com a sua participação laboriosa, junto com outras importantes figuras da História do Brasil, assim como José Clemente Pereira, Gonçalves Ledo e José Bonifácio, este último teve em D. Leopoldina uma aliada diuturna na luta contra as imposições da metrópole portuguesa.

D. Leopoldina cumpriu como poucos a sua missão, pois através dessa influência não explícita foi conservada a integridade do império num momento em que o mesmo parecia desmoronar; além disso, colocou o Brasil no eixo do mundo científico e artístico, com a liderança da Missão de 1817 e nomes expressivos que com ela vieram assim como o desenhista Thomas Ender e os cientistas bávaros Spix e Martius.

D. Leopoldina foi mãe do nosso segundo imperador, D. Pedro II e, além de homenagear uma das ruas de nossa cidade, também dá nome a uma das principais fontes do Parque das Águas.



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* Historiador e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais