terça-feira, 29 de novembro de 2011

COLUNA

Ruas de Caxambu

Afonso Pena


Localizada no centro da cidade a rua Afonso Pena presta homenagem ao nosso 5º Presidente da República. Afonso Augusto Moreira Pena nasceu em Santa Bárbara, Minas Gerais, em 30 de novembro de 1846, filho de um imigrante português que vem procurar ouro em Minas, no início do século XIX, Domingos José Teixeira Pena e de Ana Moreira dos Santos.



Fez o curso secundário no Colégio do Caraça, em Minas Gerais. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, em 1870, onde foi colega de Rodrigues Alves e Rui Barbosa. Dedicou-se à magistratura, logo abandonada em favor da carreira política, iniciada em 1874, como deputado provincial. Eleito, em seguida, deputado por quatro legislaturas sucessivas, de 1878 a 1889. Além de legislador, também atuou no Executivo, durante o Império, como chefe dos ministérios da Guerra (1882), da Agricultura (1883) e da Justiça (1885).

Casado, em 1875, com Maria Guilhermina de Oliveira Pena, com quem teve 9 filhos.

Com a proclamação da República, foi eleito deputado constituinte, em 1890; presidente da província de Minas Gerais, em 1892, dado o afastamento de Cesário Alvim, oportunidade em que a sede do governo (até então em Ouro Preto) seria transferida Belo Horizonte (o antigo Curral Del-Rey), iniciando-se em 1894 a construção da nova capital.

Afonso Pena é fundador da Faculdade de Direito de Minas Gerais, onde foi professor mesmo durante o período em que governou a província. Ocupou a presidência do Banco do Brasil, na presidência de Prudente de Morais, e, em 1900, a presidência do conselho deliberativo de Belo Horizonte, cargo correspondente ao de prefeito. Apoiou Floriano Peixoto por ocasião da guerra civil, o que foi importante para a continuidade do governo do “marechal de ferro”.

Com a morte de Francisco a Brandão, eleito, mas não empossado, foi vice-presidente da república no quatriênio 1902-1906. Em 1905, na sucessão de Rodrigues Alves, foi escolhido candidato à presidência da república, com Nilo Peçanha como vice-presidente.

Alcançou a presidência da república apoiado pela aliança política formada por paulistas e mineiros, representantes da poderosa política café-com-leite. Como presidente, iniciando o mandato em novembro de 1906, tomou importantes medidas para a valorização do café na economia nacional. Em 1907 ampliou a rede de comunicações do país, apoiando a obra do marechal Cândido Rondon, ligando a região amazônica ao Rio de Janeiro por meio do telégrafo.

Cuidou do povoamento da terra, com a imigração em massa; incentivou a indústria e reformou o sistema monetário, por intermédio da Caixa de Conversão, que passou a receber toda moeda estrangeira de curso legal (marco, franco, lira, dólar, libra esterlina). Suas prioridades foram sanear e colonizar. Criou também o Serviço Geológico e Mineralógico, para pesquisa e aproveitamento das riquezas minerais do país.

Sempre deu mais atenção à administração do que à política e essa foi uma das razões da grave crise causada por sua sucessão, geradora da famosa campanha civilista, liderada por Ruy Barbosa.

Afonso Pena morreu em 14 de junho de 1909, de pneumonia, no palácio do Catete, no Rio de Janeiro, sem concluir o mandato.


* Historiador