terça-feira, 10 de janeiro de 2012

COLUNA


Ruas de Caxambu

Cesário Alvim

Localizada no centro da cidade a rua Cesário Alvim presta homenagem a José Cesário de Faria Alvim Filho, que nasceu no Arraial do Pinheiro, distrito da atual cidade de Mariana, em 7 de junho de 1839, filho de José Cesário de Faria Alvim e de Thereza Januária Carneiro.
Seus primeiros estudos foram realizados em Mariana e em Ouro Preto. Bacharelou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em 1862. Formado, passou a advogar em Ouro Preto, onde também exerceu o cargo de secretário da então Repartição de Polícia. Foi eleito deputado à Assembleia Provincial pelo Partido Liberal nos biênios 1864-1865 e 1866-1867 e, em seguida, deputado à Câmara Geral do Império para a legislatura de 1867 a 1868.


Em 1877 voltou à Câmara de Deputados, sendo reconduzido na legislatura seguinte. Em 1884, foi nomeado presidente da província do Rio de Janeiro e, no exercício desse cargo, atuou ativamente na campanha abolicionista. Retornou à Câmara Geral para a legislatura de 1886 a 1889.
Quando o visconde de Ouro Preto, na sessão de 11 de junho de 1889, apresentou o seu gabinete, Cesário Alvim passou a atuar ativamente na oposição ao regime monárquico. Instalada a República, seria, então, nomeado por Deodoro da Fonseca para o cargo de presidente do estado de Minas Gerais, cargo este que desempenhou de 25 de novembro de 1889 a 10 de fevereiro de 1890, procurando a conciliação entre monarquistas e republicanos, concorrendo efetivamente para a consolidação do novo regime.
Deixou o governo de Minas para aceitar o convite do presidente da República para ocupar o Ministério do Interior, em substituição a Aristides Lobo. No desempenho dessa nova função, revogou os decretos que ordenavam o banimento de antigos chefes políticos, inclusive a família imperial.
Em setembro de 1890 foi eleito senador por Minas Gerais para o Congresso Constituinte e para a primeira legislatura ordinária (1890-1893). Em 15 de junho de 1891 renunciou também à senatoria, por ter sido eleito o primeiro presidente constitucional do estado de Minas Gerais para o período de 1891-1894.
No governo de Minas, promoveu a elaboração de leis orgânicas que colocaram o estado à frente das demais unidades federativas na prática das instituições republicanas, tais como as da organização municipal e da organização judiciária, implantando todas as garantias que asseguravam a independência do Judiciário. No campo administrativo, fortaleceu o crédito público e estimulou a arrecadação, buscando diminuir a dívida pública; melhorou a rede ferroviária e deu grande atenção à política educacional.
Enfrentando a oposição dos chamados republicanos históricos, perdeu muito de seu prestígio ao apoiar o golpe de 3 de novembro de 1891, que culminou com a renúncia de Deodoro da Fonseca, fato este que levou Cesário Alvim a renunciar à presidência do estado de Minas Gerais em 1892, passando o governo ao então vice-presidente Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira.
Afastado temporariamente da militância política, a ela retornaria quando da campanha sucessória mineira de 1894, defendendo a candidatura de Francisco Bernardino contra a de Bias Fortes, fortalecendo o então Partido Republicano Mineiro – PRM - do qual fora um dos fundadores.
De 31 de dezembro de 1898 a 23 de maio de 1899, exerceu o cargo de prefeito do Distrito Federal e, a seguir, a presidência do Lloyd Brasileiro e da Companhia Oeste de Minas, depois Viação Férrea Centro-Oeste.
Colaborador dos jornais “O Dia”, do Rio de Janeiro, “O Pharol” de Juiz de Fora e “Diário de Minas” de Belo Horizonte, e fundador e diretor de “A Opinião Mineira”, de Ouro Preto.
Cesário Alvim, além de um grande político mineiro e brasileiro, foi autor de diversas obras, com destaque para “O empréstimo externo”, 1874; “Um ministro negociante’, 1877 e “Discursos parlamentares”, de 1876.
Casou-se com Amélia Calado de Miranda Alvim.
Faleceu aos 64 anos de idade na cidade do Rio de Janeiro, em 3 de dezembro de 1903.
Uma informação: Cesário Alvim é bisavô do compositor Chico Buarque de Holanda.

________
*  Historiador