segunda-feira, 25 de junho de 2012

COLUNA


Ação educativa nos Museus – 1ª parte

Na década de 1920 tornou-se bastante visível o interesse pelo desenvolvimento de ações educativas tendo por base os museus, com dois importantes protagonistas: a criação do Serviço de Atendimento Escolar do Museu Nacional e o de igual ideia no Museu Histórico Nacional. Além disso, um dos atos do 1º governo Vargas, em 1930, foi a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, que viabilizou a ação de educadores como Roquette Pinto e Anísio Teixeira na valorização do papel educativo dos museus.
No entanto, esse binômio museu-educação ganharia um significativo enfoque em 1956 após a realização do I Congresso Nacional de Museus de Ouro Preto e em 1958 com o Seminário Internacional sobre o Papel Pedagógico dos Museus, este no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ambos os eventos promovidos pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM/UNESCO). A partir daí importantes alterações nos museus foram sentidas, principalmente no que respeita à ampliação e capacitação do quadro de recursos humanos, de captação e aplicação de recursos financeiros e política de ação educativa.
Nesta linha, o papel educativo dos museus vem paulatinamente assumindo posições de destaque na Museologia, haja vista que se tem chamado a atenção para o fato de que “a educação é um processo contínuo e ininterrupto que, além de instrumentar o indivíduo para uma função na sociedade, constitui também processo de socialização e que entre os objetivos fundamentais dos museus a educação precede a todos os demais”, conforme mesmo expressado no I Encontro de Dirigentes de Museus acontecido em 1976 na cidade do Recife.
Ainda que o museu não pretenda substituir a escola, devemos estar atentos para as transformações constantes na sociedade moderna e observar que as possibilidades educativas do museu não se esgotam com as metodologias desenvolvidas nas escolas. Infelizmente, na maior parte das vezes o potencial educativo dos museus vem sendo pouco utilizado por professores e alunos, ou pela falta de interesse, ou por falha de divulgação por parte dos museus.
Uma das propostas do Museu de Caxambu é fazer com que esse hiato existente entre museu e escola seja o mais rápido possível minimizado e que a presença do educando nas atividades do museu seja uma constante no universo cultural e educacional de nosso município.
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* Museólogo