O DIA DO GOLEIRO
Mais
uma vez, dada a gentileza de nossos editores, faço uma pausa nas minhas
andanças pela História de Minas Gerais e lembro que no dia 26 de abril foi
comemorado “O Dia do Goleiro”. Interessante, não? Tenho a impressão de que a
homenagem foi dada a essa figura solitária, muitas vezes incompreendida e quase
sempre responsável pelas derrotas que o time sofre, como um incentivo à vida
que muitos goleiros levaram e que levam hoje, na defesa de suas cores.
A
ideia surgiu na metade da década de 1970, na Escola de Educação Física do
Exército, e o dia consagrado era o 14 de abril. Em 1976, definiu-se esse dia 26
de abril por ser o aniversário do goleiro Manga, de trajetória das mais
respeitadas em todos os lugares por onde atuou. Colheu, em sua carreira,
títulos pelo Botafogo de Futebol e Regatas, pela Seleção Brasileira, pelo
Nacional do Uruguai, sendo ali, inclusive, campeão do mundo e pelo
Internacional de Porto Alegre. Encerrou sua carreira no Equador, no Barcelona
de Guayaquil, onde ficou residindo e exercendo a profissão de técnico de
futebol.
Eu,
na minha mocidade, tive a oportunidade de ver o Manga jogar e nas peladas do
meu bairro também tinha a pretensão de ser goleiro como ele: baldados os meus
esforços, por não ter, nem de longe, aptidão e dom para a função.
Aproveitando,
então, esses parênteses, lembro aqui de outros tantos goleiros que vi jogar,
como o Poy, do São Paulo; o Gilmar, do Santos; o Barbosa, do Vasco; o Castilho,
do Fluminense; o grande Yashin, o “Aranha Negra”, da seleção soviética; o
fabuloso Pompéia, do América, a quem Waldyr Amaral chamava de “O
Constellation”, numa alusão ao moderno avião de carreira que cruzava os céus do
Brasil na década de 1960.
Então,
numa incursão a essa curiosa homenagem do calendário de eventos, faço uma homenagem
ao saudoso Jorge Curi: caxambuense, aqui nascido em 25 de fevereiro de 1925 e que
nos deixou em 23 de dezembro de 1985. Jorge Curi, além de excelente locutor da
Rádio Caxambu, a ZYC-2, também foi goleiro da então Associação Atlética Nacional,
que mais tarde se fundiria ao Clube Caxambuense, dando origem ao atual Clube Recreativo
Atlético Caxambuense (CRAC). Vemos, abaixo, um raro momento de nosso saudoso
conterrâneo, como goleiro daquela equipe (de chapéu, sentado ao centro) no ano
de 1938.
Dizem
as más línguas que era meio “frangueiro”, mas, sem sombra de dúvidas, um
excelente desportista, de um caráter irrepreensível. A ele, as nossas
homenagens, lembrando que será homenageado, também, por ocasião da exposição do
Museu de Caxambu – “As Vozes de Caxambu”
– que será inaugurada no dia 13 de maio – segunda-feira, às 15 horas, dentro
das comemorações da 11ª Semana Nacional de Museus. Estão todos convidados.
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Historiador

