terça-feira, 7 de julho de 2009

COLUNA


È inevitável. Não podemos deixar de pensar e falar no assunto da semana em Caxambu. O Hospital. Estamos vivendo uma quarentena ou mais um pouco, pois o prazo do ultimato dado pela São Camilo, entidade que atualmente administra o Hospital é de sessenta dias. Ou a Prefeitura repassa a importância estipulada ou a entidade deixa a administração do Hospital. A Prefeitura alega que não tem como realizar o repasse exigido, afirmando que não há verba para tal. Com isso, o impasse vai tomando os contornos de uma tragédia anunciada. A população, especialmente a mais carente, que depende do atendimento pelo SUS é quem vai ser a primeira a pagar a conta, caso até lá, final do prazo, nenhum fato novo ocorra. Aliás já deve estar pagando, porque se é esta mesmo a intenção da São Camilo, provavelmente ela já deve estar diminuindo as internações e os tratamentos de médio e longo prazo, buscando desde já a desincompatibilização ou o descomprometimento com novas demandas. Depois, por extensão, toda a cidade vai arcar com as conseqüências, já que qualquer ocorrência que requeira hospitalização vai ter de ser feita nos Hospitais de cidades próximas como Baependi, Cruzilha e São Lourenço, mesmo para aqueles que possuem planos de saúde ou tenham condições de pagar pelo atendimento e internação, uma vez que em Caxambu não há nenhuma outra alternativa. Pelo menos é isso que podemos deduzir, pois até agora nenhuma informação foi fornecida de como se realizará o processo de saída daquela entidade. O ultimato pressupõe o encerramento do diálogo e a busca conjunta de uma solução. A situação é grave e exige uma atuação imediata por parte da sociedade organizada e dos poderes constituídos para defender os interesses da população, em especial do Ministério Público. Independentemente de uma ação civil pública que, salvo melhor juízo, penso deva ser ajuizada o fato requer pela premência do tempo uma ação cautelar para obrigar aos responsáveis pela questão a procederem de modo a não lançar a população numa situação de desamparo, causando com isso danos irreparáveis a sociedade.Esperamos que tanto a São Camilo quanto a Prefeitura procedam com a responsabilidade que se espera, por um lado de uma entidade religiosa e filantrópica que carrega portanto os princípios da caridade e da solidariedade e por outro lado uma Administração eleita pelo povo para garantir seus direitos básicos sendo a saúde o mais vital desses direitos, pois envolve em geral a qualidade de vida e em particular o comprometimento da própria vida.