Não assisti ao show comemorativo dos 50 anos de carreira do Roberto Carlos, apesar de ser fã do Rei da Jovem Guarda e ter vivido boa parte de minha vida embalada por suas canções. Compromissos de família me impossibilitaram de viver mais aquele momento de muitas “Emoções”. Mas ouvindo comentários de amigos, eu soube que foi um show que entrará para a história, com o Rei emocionando novos e velhos corações embalados por suas canções de eternos sucessos. Contaram-me das homenagens que ele recebeu dos amigos Erasmo Carlos, Wanderléia e outros tantos. Enfim que foi uma linda festa pelos 50 anos de vida artística do ídolo. E foi exatamente esse número 50 que me chamou a atenção. Foi aos 50 anos que também se foi outro Rei da música, o polêmico, inigualável e extraordinário Michael Jackson. Morreu ao 50 anos de vida. Fiquei a pensar o que diferencia um fato do outro, ambos ligado pelo número 50. E cheguei a conclusão que foram as escolhas. Enquanto o nosso Rei, como o vinho, envelhecia e se tornava cada vez melhor como pessoa e como artista, não se importando com a aparência de sua estampa física, moldando seu repertório ao caminhar do tempo, vivendo cada fase de sua vida intensamente, transformando suas experiências em músicas que traduziam seus sentimentos, compartilhando com sua imensa legião de fãs seus sofrimentos e alegrias, conquistas e perdas, o outro ídolo tentou fazer exatamente ao contrário. Tentou parar o tempo. Tentou não envelhecer. Tentou não deixar de ser criança. Construiu um mundo só para si, a sua Terra do Nunca, para onde levava a sua e outras crianças, e ali se isolava do mundo real o qual buscava negar. Foram inúmeras plásticas para tentar manter uma aparência jovem. E quanto mais se fechava em seu mundo mais chamava a atenção, não por dividir suas “Emoções” mas por escondê-las, por se tornar uma figura enigmática, indecifrável, de hábitos e comportamentos estranhos e polêmicos aos olhos de todos. Roberto viveu grandes amores. Michael viveu grandes escândalos. Nossa vida é o reflexo de nossas escolhas e da maneira como enfrentamos a realidade. Sonhar é importante, pois é sonhando que buscamos a felicidade de nosso futuro. Porém não podemos nos trancar no mundo dos sonhos e tentarmos não entender e viver a realidade. Parabéns ao grande ídolo Roberto Carlos por suas escolhas e por ter compartilhado conosco 50 anos de muitas “Emoções”. Adeus ao grande ídolo Michael Jackson, que finalmente ele encontre a sua Terra do Nunca, onde possa brincar de ser eternamente criança.
terça-feira, 14 de julho de 2009
COLUNA
Não assisti ao show comemorativo dos 50 anos de carreira do Roberto Carlos, apesar de ser fã do Rei da Jovem Guarda e ter vivido boa parte de minha vida embalada por suas canções. Compromissos de família me impossibilitaram de viver mais aquele momento de muitas “Emoções”. Mas ouvindo comentários de amigos, eu soube que foi um show que entrará para a história, com o Rei emocionando novos e velhos corações embalados por suas canções de eternos sucessos. Contaram-me das homenagens que ele recebeu dos amigos Erasmo Carlos, Wanderléia e outros tantos. Enfim que foi uma linda festa pelos 50 anos de vida artística do ídolo. E foi exatamente esse número 50 que me chamou a atenção. Foi aos 50 anos que também se foi outro Rei da música, o polêmico, inigualável e extraordinário Michael Jackson. Morreu ao 50 anos de vida. Fiquei a pensar o que diferencia um fato do outro, ambos ligado pelo número 50. E cheguei a conclusão que foram as escolhas. Enquanto o nosso Rei, como o vinho, envelhecia e se tornava cada vez melhor como pessoa e como artista, não se importando com a aparência de sua estampa física, moldando seu repertório ao caminhar do tempo, vivendo cada fase de sua vida intensamente, transformando suas experiências em músicas que traduziam seus sentimentos, compartilhando com sua imensa legião de fãs seus sofrimentos e alegrias, conquistas e perdas, o outro ídolo tentou fazer exatamente ao contrário. Tentou parar o tempo. Tentou não envelhecer. Tentou não deixar de ser criança. Construiu um mundo só para si, a sua Terra do Nunca, para onde levava a sua e outras crianças, e ali se isolava do mundo real o qual buscava negar. Foram inúmeras plásticas para tentar manter uma aparência jovem. E quanto mais se fechava em seu mundo mais chamava a atenção, não por dividir suas “Emoções” mas por escondê-las, por se tornar uma figura enigmática, indecifrável, de hábitos e comportamentos estranhos e polêmicos aos olhos de todos. Roberto viveu grandes amores. Michael viveu grandes escândalos. Nossa vida é o reflexo de nossas escolhas e da maneira como enfrentamos a realidade. Sonhar é importante, pois é sonhando que buscamos a felicidade de nosso futuro. Porém não podemos nos trancar no mundo dos sonhos e tentarmos não entender e viver a realidade. Parabéns ao grande ídolo Roberto Carlos por suas escolhas e por ter compartilhado conosco 50 anos de muitas “Emoções”. Adeus ao grande ídolo Michael Jackson, que finalmente ele encontre a sua Terra do Nunca, onde possa brincar de ser eternamente criança.