“Caxambu, és o Éden
das luas de mel”
Por
conta das homenagens que se fazem a Caxambu, pela passagem de seus 114 anos de
emancipação política, e intitulando a matéria com um dos versos do poeta
Antônio Maurício, falaremos sobre duas importantes instituições do município: o
seu hino e o seu brasão de armas, que refletem não só o que é perante a
hegemonia do Estado de Minas Gerais como a singeleza de seu território e de seu
povo.
O autor do hino
de Caxambu é o jornalista, compositor, poeta e professor Antônio Maurício
Ferreira (foto), que nasceu aqui em 1929. Estudou no Colégio Presbiteriano que,
naquela época, funcionava na atual Travessa Nossa Senhora dos Remédios e, posteriormente,
foi para o Grupo Escolar Padre Correia de Almeida e depois para o Colégio Paroquial
São Sebastião, na cidade de Cruzília. Seus estudos secundários foram iniciados
em Niterói, no Colégio Santa Rosa, e complementados em Itanhandu, no Colégio
Sul Mineiro.
Como
jornalista, começou a trabalhar na revista A
Careta, da cidade do Rio de Janeiro. Além disso, foi colaborador do jornal Estado de Minas Gerais, na coluna
“Sociedade do interior”. Exerceu o jornalismo também em Três Corações,
Petrópolis e Angra dos Reis, onde integrou os quadros do famoso Ateneu
Angrense, de 1980 a 1984.
São
de sua autoria obras como Caxambu, guia
turístico, de 1966; Caxambu, paraíso
mineiro, de 1977; Caxambu, tradição e
história, de 1979 e aquela que é considerada a sua principal obra: Às margens do Bengo, de 1956. Este mesmo
título ele daria a uma de suas composições que depois seria adaptada ao ritmo
de marcha e aprovada, em 1979, como o Hino Oficial de Caxambu. Essa canção
originalmente foi gravada pelo cantor Murilo de Alencar com o acompanhamento do
famoso flautista Altamiro Carrilho.Vejamos o refrão:
Caxambu!...Caxambu!...És
um vale florido de amor!
Caxambu!...Caxambu!...Lembrarei com saudades onde for!...
Caxambu!...Caxambu!...Lembrarei com saudades onde for!...
Depois começa a falar do nosso
céu, das nossas águas...
Caxambu, minha terra querida. Tens no ar as belezas de um
céu! Tens nas águas a "Fonte da Vida". És o Éden das luas de mel!!...Caxambu
de carícias de afagos, em teu solo o amor se infiltrou, pelas margens do Bengo
e o lago, onde Vênus as Ninfas deixou!..Caxambu teu cruzeiro abençoa os teus filhos
ausentes, distantes. E saudoso por eles entoa toda tarde uma prece vibrante!..
Pouca gente sabe que Antônio
Maurício também foi o autor do hino da cidade de Três Corações.
Em Caxambu, foi secretário
executivo da prefeitura municipal no governo do Dr. Lysandro Carneiro Guimarães
(que viria a ser seu padrasto, casado em segundas núpcias com D. Silvia) e foi
sócio proprietário da Rádio Caxambu, onde era diretor e apresentador até o ano
de 1968. Ele faleceu aqui em Caxambu em 1984.
Quanto
ao brasão de Caxambu, trata-se de uma composição heráldica muito bonita, de
autoria de Edmundo Dantas e Alberto Nunes Cobra e foi oficializado no ano de
1958.
Suas
características são: um escudo português em campo de prata. As armas representam o símbolo da
Medicina - um cálice de ouro e duas serpentes em negro afrontadas, ou seja, uma
de frente para a outra - disposto na frente de um triângulo em verde
(figurativo da bandeira do Estado de Minas Gerais).
No elmo
(a parte superior do brasão) aparece a coroa da fonte Dom Pedro encimada por um pedestal com três
torneiras que jorram água sobre o escudo. Essas condecorações simbolizam a
grande quantidade de fontes minerais da cidade. Todo o escudo é orlado por
flores vermelhas de hibisco, árvore típica da cidade, que formam os suportes
decorativos do brasão.
No listel superior, saindo da coroa como se
fosse um paquife (que são figuras de mantos, folhagens, plumagens, que saem do
elmo), aparece o nome da cidade e a data de criação da vila: 16 de setembro de
1901. No listel inferior surge a divisa
da cidade, "Medicina entre Flores", em homenagem a Ruy Barbosa, que considerou o parque das
águas de Caxambu como uma verdadeira “medicina entre flores”.
Parabéns, Caxambu,
pelos seus 114 anos!