terça-feira, 17 de março de 2009

FISCALIZAÇÃO EM PEDREIRAS DO SUL DE MINAS: OS ANOS DE CHUMBO ESTÃO DE VOLTA

Uma fiscalização do Ministério do Trabalho em pedreiras nas cidades de São Thomé das Letras, Três Corações, Baependi e Luminárias reviveu o período mais pesado e violento do Brasil: os anos de chumbo nas décadas de 1960 e 1970 quando a repressão por parte da ditadura militar impôs um regime onde todos os direitos do cidadão foram reprimidos.
Nas fiscalizações que estão acontecendo desde a semana passada, os fiscais do Ministério do Trabalho estão acompanhados de Policiais Federais armados (e bem armados) com escopetas, metralhadoras entre outras. A força tarefa entra nas empresas e autua donos de pedreiras com a presença destes policiais no interior de escritórios e outras dependências como se fosse uma busca por criminosos.

Recebemos diversas denuúncias de funcionários destas empresas que se sentiram coagidos e ficaram com medo deste tipo de comportamento de fiscais e da Policia. Na tarde de ontem em Varginha uma funcionária de uma empresa da região, intimada que foi para levar alguns documentos, relatou que um menor movimento dela na mesa onde estava, ou qualquer alteração na voz na hora de explicar alguma situação para o fiscal, os policiais já se posicionavam próximo dela, numa atitude de repressão, sempre com a arma em punho!

Fontes ligadas a pessoas de dentro do Ministério afirmaram que os próprios funcionários do MT em Varginha estão assustados com a "violência" das atitudes.

E aí perguntamos: mesmo que os empresários estejam cometendo alguma infração e precisem sofrer autuações, é necessária a presença de policiais armados, numa época onde a liberdade do cidadão em geral é regida por um país democrático?

Sobre as autuações: numa época de crise, onde as demissões ocorrem em massa em diversos setores, seria necessário este tipo de “pressão” em cima detalhes que não mudam em nada a necessidade de ter um emprego?

É este um momento certo para reprimir funcionários com armas, exigir por exemplo, portas de armários em vestiários, com multas que ferem os caixas da empresas?

Não seria este o momento do Governo e seus braços de fiscalização cuidarem da manutenção do emprego, incentivar a produção, ajudar quem emprega, paga impostos e realiza pelo país?

Independente da real necessidade desta fiscalização, fica a indignação por parte de empresários, a maioria pequenos empresários que sobrevivem junto com seus funcionários destas atividades, em serem fiscalizados, autuados e oprimidos por policiais aramados num momento onde o próprio Presidente da República pede para que todos se unam em prol da geração de empregos.
Torcemos para que estas tenham sido atitudes isoladas e que não venham a se repetir e que o Brasil possa cada vez mais enterrar um período nefasto onde a força se sobrepunha a dignidade humana