A coordenadora geral do Sindicato Único dos
Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira,
classificou o acordo firmado com o governo do Estado nesta sexta-feira (15), no
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, como inédito. Segundo ela, foi dado o
primeiro passo “para o início da recuperação da carreira dos professores”.
“A diferença é que nós tivemos um processo de negociação que, infelizmente, o
choque de gestão do governo anterior não soube respeitar. Foram impostos à
categoria projetos de lei e resoluções aprovados na Assembleia (Legislativa)
que trouxeram muitos prejuízos”, afirmou a dirigente.
Beatriz ressaltou a importância dos pontos acertados no acordo. “Conquistamos a
igualdade de condição com os trabalhadores aposentados.
Conquistamos 60 mil nomeações, e conquistamos o compromisso
de se resolver a questão da aposentadoria. Então, ao final desse acordo,
teremos mais de 70% de aumento no vencimento básico, fora direitos e
gratificações que poderão ser discutidos”, afirmou.
As negociações entre o Governo de Minas Gerais e a categoria
iniciaram-se em janeiro, logo após o governador Fernando Pimentel assumir o
cargo. No total, foram 12 reuniões entre representantes do governo do Estado e
dos profissionais da Educação até fecharem um acordo, que foi aprovado em
assembleia pela categoria, na última quinta-feira (14/5).
“Os governos anteriores tiveram uma chance de valorizar a educação e cumprir
aquilo que foi acordado. Mas os documentos foram descumpridos. Nosso sentimento
é de conquista. Não de benesse. É um sentimento de que nós começamos a
recuperar aquilo que perdemos. Fomos muito humilhados, muito maltratados, não
existia mesa de negociação”, completou a sindicalista.
Beatriz Cerqueira ainda lembrou que, no passado, o único caminho encontrado foi
a realização de greves. Em 2013, elas chegaram a durar 60 dias. “A gente
poderia estar num patamar muito melhor. Estamos agora recuperando o que
perdemos na última década”, disse.
A dirigente também lembrou que Minas Gerais está sendo pioneira em relação ao
resto do país ao conseguir um acordo com os professores. “Se fizemos um balanço
nacional, poucos tiveram o nível de conquista que nós tivemos, resultado de
anos de luta”, completou.
Agência Minas